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terça-feira, 12 de maio de 2020

Crónica Saúde - Joana Franco



É natural que todos nos sintamos ansiosos ou stressados nesta fase de Covid-19. O impacto causado pelo vírus é significativo nas nossas rotinas diárias porque muita coisa mudou.

Podemos estar preocupados ou mesmo com medo. Questões iniciadas por “E se…?”, que não especificam nenhuma solução, centram-se nas imprevisibilidades, não ajudam à elaboração de um plano concreto, tendem a aumentar a sensação de falta de controlo e geram ainda mais ansiedade mas teimam em persistir na nossa mente. Devemos procurar não alimentar estes pensamentos de insegurança ou de preocupação excessiva. É importante focar a atenção no que podemos controlar e definir um plano o mais claro e objectivo possível, que nós e a nossa família possamos seguir: como ficar seguros, responsabilizarmo-nos por algumas tarefas e mantermo-nos socialmente conectados.
É muito importante seguir as orientações de segurança, como lavar as mãos, evitar tocar no rosto ou praticar o distanciamento físico (não social). 

Mas todas estas alterações no nosso quotidiano podem gerar sensações de ansiedade, incerteza ou conflito interior. É importante compreendermos que é normal termos medo, sentirmos alguma agitação interior, estarmos mais tensos ou mesmo com alterações do sono.

Podemos realizar actividades que nos dêem prazer, mudar o foco de atenção para algo mais divertido ou fazer exercícios de relaxamento ou de meditação poderão ajudar a aceitar melhor estes sintomas e a evitar pensamentos mais negativos ou catastróficos. Assim, estaremos mais disponíveis para procurar soluções para problemas. De seguida iremos apresentar alguns exemplos do que deve fazer.

1.  Como continuar a trabalhar ou organizar o teletrabalho – manter os horários e as pausas, por exemplo;
2.  Como realizar compras - ir bem protegido à rua, manter a distância física de 2 metros, lavar as mãos quando chegar a casa, ou ainda aprender a fazer compras online - hoje em dia existem diversas opções para o pão, as carnes, os legumes e frutas e as mercearias no geral e até algumas farmácias disponibilizam entrega ao domicílio;
3.  Como estar socialmente conectados - por telefone, videochamadas ou redes sociais com familiares e amigos;
4.  Como manter o auto-cuidado - fazermos coisas por nós que nos ajudem a sentir bem, tal como sempre fizemos, como dormir, fazer a higiene diária, exercício físico, relaxamento, manter os hobbies possíveis;
5.  Como recuperar a energia – procurar não ocupar o tempo todo a trabalhar sem sentir culpa por isso, limitar as notícias sobre o Covid-19 a fontes fidedignas e a um período do dia, reconhecer que as orientações e políticas nesta época mudam rapidamente, procurar saber como os colegas e os amigos estão a atravessar este momento e partilhar experiências, uma vez que a sensação de conexão pode contribuir para esta travessia;
6.  Como explicar às crianças – falar numa linguagem apropriada à idade, partilhar apenas o suficiente que ajude a entender o que se passa e como se protegerem. Não esquecer que somos os modelos dos nossos filhos.
É importante mostrar uma resposta apropriada e calma, não alimentar comportamentos ansiosos, ter cuidado como falamos com outros adultos em frente às crianças e limitar o tempo de exposição à informação dentro de casa.

Estamos todos limitados neste momento dadas as restrições existentes mas é fundamental encontrar formas de manter o que é importante para nós nas nossas vidas e para o nosso quotidiano e garantir que tomamos conta de nós, sem pôr em risco a nossa saúde e a dos outros, a cumprir sempre as indicações da DGS e do Governo.

Cuide da sua saúde e da saúde dos outros. Sempre e ainda mais agora!!
Até para a semana.

Apresentação Joana Franco

Chamo-me Joana Franco, tenho 32 anos, e sou natural de Geraldes, aldeia pertencente ao Concelho de Peniche.
Enfermeira de Profissão, terminei o Curso de Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Francisco Gentil, em Lisboa, no ano de 2010.
Nos anos mais recentes abracei desafios noutros países, nomeadamente Dubai onde fiz parte um projecto na área de Turismo, e em Inglaterra, onde trabalhei como Enfermeira em “Nursing Homes”, a cuidar de Pessoas com Demência.
Em Portugal, demonstrei o meu trabalho como Enfermeira no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Hospital Júlio de Matos e, actualmente, trabalho na Clínica Psiquiátrica de Lisboa, em Telheiras.
Sou uma pessoa que aceita novas aventuras e, como tal, aceitei o convite de escrever para o Blog ‘Cultura e não Só’, em que apresento novos pontos de vista e dicas para tornar melhor a saúde do leitor.