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quinta-feira, 18 de julho de 2024

"A Última Cruzada" as épicas viagens de Vasco da Gama



A Dom Quixote edita na próxima terça-feira, 23 de julho, "A Última Cruzada", de Nigel Cliff sobre as épicas viagens de Vasco da Gama publicado no ano dos 500 anos da morte do navegador português. Aqui se conta a história de espiões, intrigas e traições e se faz uma interpretação nova e radical das pioneiras explorações portuguesas encaradas como o ponto de viragem na luta entre a cristandade e o Islão.  

A 8 de Julho de 1497, um jovem capitão de 28 anos navegou de Portugal, circum-navegou África, atravessou o oceano Índico e descobriu o caminho marítimo para a Índia e, com isso, o acesso à riqueza do Oriente. Foi a mais longa e perigosa viagem da História Mundial - 317 dias e 24 mil milhas náuticas. No entanto, o seu maior inimigo não era a Natureza nem o medo de se aventurar em territórios desconhecidos. Em duas viagens num período de seis anos, Vasco da Gama travaria uma batalha que viria a mudar o destino de três continentes.

O presente livro revela uma inesperada verdade: a de que tanto Vasco da Gama como o seu rival Cristóvão Colombo se fizeram ao mar para iniciar uma Cruzada, com o objetivo de alcançar as Índias; controlar o mercado de especiarias, sedas e pedras preciosas; e reclamar para Portugal e Espanha, respetivamente, todos os territórios descobertos.  O britânico Nigel Cliff  considera que os exploradores portugueses tinham um objectivo verdadeiramente profético: estabelecer laços com os cristãos orientais, desferir o golpe de misericórdia no poder do Islão e preparar terreno para a conquista de Jerusalém aos infiéis naquela que seria um ponto de viragem na luta entre Cristandade e Islão. A “cruzada” foi tão importante que criou uma linha divisória entre as eras históricas dos muçulmanos e dos cristãos – conhecidas, no Ocidente, como as eras medieval e moderna. Agora que o mundo olha mais uma vez para leste, A Última Cruzada oferece uma chave para compreender rivalidades culturais e religiosas com séculos de existência

“As viagens de Vasco da Gama alteraram a noção que tínhamos do lugar da Europa no mundo e puseram em marcha uma mudança global de poderes que ainda hoje perdura. À medida que as cruzes cor de sangue nas suas velas chegavam mais longe, lançavam-se numa nova guerra santa. Disseram-lhes que eram os sucessores directos de quatro séculos de cruzados, os cavaleiros peregrinos que ergueram as suas espadas em nome de Cristo. Foram incumbidos de lançar uma arrasadora ofensiva contra o Islão e de inaugurar uma nova era – uma era na qual a fé e os valores da Europa se expandissem pelo mundo.”

Nigel Cliff assina um épico histórico que se estende por dois mil anos e recorre a diários inéditos de alguns marinheiros e, sobretudo, numa série de cartas – até agora desconhecidas – trocadas entre Vasco da Gama e um rei de Kerala. A investigação que durou vários anos levou-o a percorrer, de novo, o caminho marítimo para a Índia, viajando por três continentes, de Roma a Marrocos, de Lisboa à Tanzânia, passando por Moçambique, Quénia e Índia. Ao longo das páginas, o jornalista britânico narra com pormenor o que aconteceu ao longo dos meses -  ao ouvirem os nativos gritarem “Hare Krishna” a expedição “ouviu” Cristo e pensou estar entre cristãos - num livro que até parece de aventuras.

Sobre o Autor

Nascido em Manchester em 1969, Nigel Cliff estudou Literatura em Oxford. É historiador, biógrafo, tradutor e crítico. Estudou na Universidade de Oxford, que lhe atribuiu, em 2022, o grau de Doutor em Letras, em reconhecimento de um conjunto de trabalhos de importância internacional. Foi bolseiro do Harris Manchester College, Oxford, de 2016 a 2021 e do Royal Literary Fund de 2017 a 2019. É crítico de teatro e cinema para o jornal londrino Times e escreve regularmente no The Economist, a revista online Tencent e outras publicações.