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sexta-feira, 27 de junho de 2025

«A Última Lição de José Gil»: Entre o medo de existir e a urgência de pensar



No próximo dia 10 de julho, chega às livrarias A Última Lição de José Gil, uma conversa íntima e reveladora com um dos maiores pensadores portugueses contemporâneos. A obra, assinada por Marta Pais Oliveira, traça o percurso de vida e pensamento de José Gil — desde a infância em Moçambique até ao reconhecimento internacional como filósofo — e revela, como nunca antes, a forma como o seu percurso pessoal moldou as suas ideias sobre o país, o mundo e o tempo em que vivemos.

Neste livro, José Gil fala-nos de quando era apenas o Zeca, um menino em Moçambique  que brincava à chuva de fato de banho e lia Marx aos treze anos. Mais tarde, já em Portugal, viveu os apertos do regime, estudou na Sorbonne, atravessou o Maio de 68, deu aulas de Filosofia e andou de ambulância para observar de perto a loucura. Tudo isto serviu de matéria-prima para o pensamento que viria a pôr em palavras no ensaio Portugal, Hoje – O Medo de Existir, um fenómeno editorial e um marco incontornável da filosofia portuguesa recente. 

José Gil, conduzido por Marta Pais Oliveira, reflete sobre a identidade portuguesa, o fracasso das democracias, o avanço do populismo, a passividade perante os grandes problemas globais e a urgência de resistir com pensamento — aquele gesto tão essencial, e tantas vezes esquecido, de parar para pensar. É uma leitura lúcida e direta, com um olhar franco sobre o passado, o presente e o futuro. 

Com esta obra, a coleção A Última Lição, da Contraponto, ganha um novo capítulo. Depois do sucesso do livro com Manuel Sobrinho Simões, agora é José Gil quem se senta connosco para partilhar o essencial do que viu, viveu e aprendeu.

Escrita com mestria por Marta Pais Oliveira — autora premiada que tem cruzado literatura, teatro e ópera — esta última lição é tudo menos um ponto final: é um convite a pensar com liberdade, com coragem e com urgência.

Sobre a Autora

Marta Pais Oliveira (Porto, 1990) é autora dos romances Escavadoras (Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís) e Faina. Publicou os contos O Homem na Rotunda, Quando Virmos o Mar e Medula (Prémio Nortear). Tenho os Olhos a Florir marca a entrada na literatura infanto-juvenil. Recebeu o Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho com o inédito Como Caminhar num Pântano. Escreveu os libretos das óperas Maria Magola, Madrugada: As razões de um movimento, Belo é o Destino Desconhecido e o teatro musical O Guarda Rios Mágico. Acredita no poder e na liberdade da palavra.