A queda de uma árvore – «tão grande, tão antiga» – derrubada pelo vento é o ponto de partida para o mais recente livro de Jacinto Lucas Pires, Vento nos Olhos, que será publicado pela Porto Editora.
Xavier, o protagonista, é um artista plástico de Ribeira Lima que se lança numa tentativa quase obsessiva de compreender o vento. Ao longo do seu percurso, que entrelaça memórias e perplexidades, vamos conhecendo não apenas as personagens com quem se cruza e os seus dilemas, mas também os lugares que o marcam, os filmes que recorda, a música que o moldou. E, num passe de grande mestria narrativa, o leitor encontra ainda um heterónimo decidido a tomar conta do romance, desordenando-o e tomando como suas palavras alheias, provocando um delicioso caos nesta nova obra de um autor com provas dadas na literatura portuguesa contemporânea.
Vento nos Olhos é mais do que uma história: é um exercício narrativo de enorme fôlego e criatividade, no qual cada palavra encontra o lugar certo, ainda que a inveja de um heterónimo procure deitar tudo a perder…
Sobre o Autor
Jacinto Lucas Pires escreve romances, contos, peças de teatro, filmes, música. O seu último romance – Oração a que faltam joelhos – ganhou o Prémio John Dos Passos 2021. O verdadeiro ator venceu o Grande Prémio de Literatura DST 2013, tendo sido publicado nos EUA (tradução de Jaime Braz e Dean Thomas Ellis) e na Letónia (tradução de Edvins Raups). Faz diferença , em coautoria com a ilustradora Alice Piaggio, integrou o prestigiado catálogo internacional de recomendações de livros infantojuvenis The White Ravens 2023 . Também nesse ano, Jacinto Lucas Pires ganhou o Prémio de Tradução Literária Francisco Magalhães pela tradução de Cristo parou em Eboli , de Carlo Levi. No teatro, trabalha com diferentes grupos e encenadores. É autor da personagem musical Jacinto Manupela.