De 17 a 19 de outubro, Braga volta a acolher algumas das vozes mais vibrantes do jazz nacional e internacional. A nova edição distingue-se pela valorização de músicos e grupos da região, reforçando uma rede cultural que envolve associações, escolas e espaços da cidade, e que promete três dias intensos de música e descoberta.
Mais do que um festival, o Pandemónio’s Jazz Fest afirma-se como um projeto de articulação em rede, com destaque para a parceria com a JAM – Jazz do Minho, responsável por dar visibilidade a talentos locais emergentes. Esta dinâmica tem deixado um impacto profundo na formação de novos públicos e no desenvolvimento do jazz em Braga, razão pela qual o evento conta, pela 4.ª vez consecutiva, com o apoio do Município de Braga, a que se junta este ano o apoio da DGArtes.
Assumindo o desafio de aproximar o jazz de diferentes públicos, o festival procura desfazer a ideia de que este género musical é um território hermético, promovendo um diálogo estreito entre o jazz e a comunidade. A programação convoca projetos que, tal como a visão artística do festival, procuram romper fronteiras estéticas, colocando lado a lado vozes emergentes e nomes já consolidados. O resultado é uma experiência musical que valoriza tanto o risco criativo como a diversidade de linguagens.
Programação
Atividades antes do festival
O Pandemónio’s Jazz Fest 2025 abre-se à cidade ainda antes do arranque oficial dos concertos, promovendo diversas ações de sensibilização em contexto escolar, em parceria com a Escola de Jazz de Braga. Estas iniciativas (Concerto-Palestra e Jazz no Intervalo), pensadas para aproximar os jovens do jazz no seu quotidiano, contribuem para o reconhecimento deste género como linguagem artística fundamental. Ao cruzar instituições culturais com a rede de escolas públicas locais, o festival incentiva as novas gerações a tornarem-se não apenas espectadores, mas também criadores e pensadores, reforçando a sua dimensão formativa e o posicionamento internacional de Braga como cidade de referência cultural.
Programação principal
O festival arranca oficialmente no dia 17 de outubro (sexta-feira), no Auditório S. Frutuoso, com o concerto do Quésia Carvalho Quarteto (21h15), em estreia e com curadoria da JAM – Jazz do Minho. Segue-se a energia dos GARFO (22h45), que em 2024 lançaram o álbum Órdia (Robalo), marcado pela improvisação livre. A noite termina no espaço Sé la Vie, parceiro da iniciativa, com uma Jam Session (00h00). Em cada noite, a JAM – Jazz do Minho é responsável por escolher o grupo que dá o mote inicial, transformando a sessão num ponto de encontro aberto a todos os que queiram subir ao palco e partilhar música.
No dia 18 de outubro (sábado), a música começa às 18h30 com o Rogério Francisco 4tet, que prepara o lançamento do novo disco If Morning Could Speak. Seguem-se, no Auditório S. Frutuoso, os AXES (21h45), cujo mais recente álbum Hexagon foi nomeado para os Prémios Play 2024, e o Tommaso Perazzo Trio (22h45), formação que reúne músicos da vibrante cena nova-iorquina. À meia-noite, o Sé la Vie volta a acolher mais uma Jam Session, novamente inaugurada pela escolha da JAM – Jazz do Minho.
O encerramento do festival acontece no domingo, 19 de outubro, com o João Nuno Lopes Quartet (18:30), em estreia, e com o concerto de Mané Fernandes (21h00), no Auditório S. Frutuoso, apresentando o seu aclamado Matriz Motriz (2023), trabalho que cruza jazz, hip-hop, soul e música minimalista.
Atividades paralelas
Paralelamente, entre 17 e 19 de outubro, realiza-se o Jazz Music Market, no espaço PISO (casa da Plataforma do Pandemónio, no Largo da Sé, em frente ao Auditório). O mercado estará aberto na sexta-feira e sábado, das 16h00 às 00h00, e no domingo, das 15h00 às 22h00. Aqui será possível descobrir editoras independentes nacionais de jazz, com os seus lançamentos e publicações mais recentes, promovendo o contacto direto entre público, músicos e estruturas editoriais.
Sobre a Plataforma do Pandemónio
O Pandemónio’s Jazz Fest é uma iniciativa da Plataforma do Pandemónio, coletivo conhecido pela sua abordagem inovadora e colaborativa. Composta por cerca de 50 profissionais da cultura, a Plataforma é uma comunidade artística dedicada à promoção de novos talentos nas artes. Diferencia-se pela abordagem multidisciplinar e pela forte rede de colaboração, tendo como missão não apenas criar, mas também conectar e fortalecer a comunidade artística em que se insere.