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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

BoCA Bienal 2025: 69.500 espectadores e 53 artistas percorreram o “Camino Irreal” proposto entre Lisboa e Madrid



A 5.ª edição da BoCA registou 69.500 espectadores e apresentou 53 artistas em 20 estreias mundiais e 12 estreias nacionais.

Sob as coordenadas do “Camino Irreal”, entre Lisboa e Madrid, a Bienal de Artes Contemporâneas decorreu entre 10 de Setembro e 26 de Outubro. Sete semanas de uma travessia ibérica que convidou a re-imaginar o mundo através do gesto artístico.

A BoCa Bienal 2025 em números
  • 69.500 espectadores
  • 53 artistas (16 nacionalidades)
  • 46 projectos programados
  • 280 profissionais da área da cultura
  • 37 espaços com programação, em Lisboa e Madrid
  • 325 sessões públicas (espectáculos, exposições, instalações, filmes)
  • 18 actividades de formação e participação
  • 20 encomendas de novas criações artísticas, em estreia mundial
  • 12 estreias nacionais
  • 7 semanas
Terminou no passado domingo, a 5.ª edição da BoCA Bienal. Entre 10 de Setembro e 26 de Outubro, o “Camino Irreal” ligou Lisboa e Madrid através de 53 artistas de 16 nacionalidades, em 325 sessões públicas de espectáculos a instalações, passando por exposições, concertos e filmes. A programação, ainda desenhada por John Romão, antes de assumir funções como director artístico de Évora_27 - Capital Europeia da Cultura, expandiu os limites geográficos e conceptuais, desafiou rotais oficiais e abraçou a imaginação como ferramenta de resistência e criação. Ao todo, 69.500 espectadores vivenciaram uma programação artística e multidisciplinar única, proporcionada por uma dinâmica cruzada entre as duas cidades e países.

A aposta na criação contemporânea
A BoCA manteve em 2025 a sua aposta na comissão e produção de novas criações, assente em colaborações inéditas, experimentação de formatos e investigação artística.

Neste seguimento, o programa da bienal foi composto por 20 obras novas apresentadas em estreia mundial, como foi o caso da ópera Adilson, do artista e músico Dino D’Santiago, do espectáculo Os Rapazes da Praia Adoro, que juntou o encenador espanhol Alberto Cortés ao pintor português João Gabriel, da curta-metragem 13 Alfinetes, da dupla de realizadores João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, da performance e da instalação Coral dos Corpos sem Norte, em dois momentos distintos, do artista Kiluanji Kia Henda, ou do conjunto de performances Palavras e Gestos, criadas em diálogo com a colecção do Museo Nacional del Prado, por Tiago Rodrigues com Sofia Dias e Vítor Roriz, Patrícia Portela, Angélica Liddell e Rodrigo García.

Contam-se ainda 12 estreias nacionais, em Lisboa e Madrid, com destaque para a vigília performativa O Julgamento Pelicot, do encenador suíço Milo Rau, em colaboração com a dramaturga e activista francesa Servane Dècle, do concerto-performance The Spirit Lamp, de Chrystabell, com música de David Lynch e imagens de David Gatten, ou o espectáculo Belonging, da portuguesa Raquel André.

Participaram igualmente artistas como Candela Capitán, Felipe Romero Beltrán, Julián Pacomio, Marcos Morau, Niño de Elche & Pedro G. Romero ou Tânia Carvalho & Rocío Guzmán.

Madrid e Lisboa: uma parceria estratégica
Ao escolher Madrid como segunda cidade, a BoCA reforçou o seu carácter internacional ao reunir 12 instituições culturais de prestígio, como o Museo Nacional del Prado, La Casa Encendida, Teatro de La Abadía, entre outros espaços. Esta ponte cultural enriquece o panorama artístico da Península Ibérica, promovendo o trabalho em rede entre instituições, artistas portugueses, espanhóis e de outras nacionalidades, curadores, comunidades e públicos de ambas as cidades.

Espaço BoCA: um laboratório de criação no coração de Lisboa
Em Lisboa, inaugurou-se o Espaço BoCA, sede oficial e ponto de encontro que apresentou performances, concertos, workshops e conversas, e que serviu também de espaço de trabalho e de residências artísticas e ensaios de novas criações, composto por uma instalação cenográfica criada pelo colectivo Os Espacialistas. Foi aí (e no Goethe-Institut de Madrid) que, nesta 5.ª edição, foram apresentados os trabalhos concebidos pelo projecto participativo e experimental BoCA Sub21, dirigido a jovens até 21 anos, que desde 2017 promove o diálogo com a programação da bienal. Durante as 7 semanas, dois grupos, em cada uma das cidades, exploraram os temas propostos com o objectivo de desenvolver a sua própria criação artística.

Um caminho que se prolonga até 2027
Depois de quase dois meses de programação, a BoCA inicia agora um trabalho de difusão dos projectos encomendados e produzidos, em Portugal, Espanha e internacionalmente. Esta estratégia visa ampliar as relações com os artistas e alargar geográfica e temporalmente os resultados artísticos, formalizando parcerias com instituições culturais de renome para a circulação das criações no período pós-bienal, até 2027.

A BoCA Bienal 2025 contou com financiamento da Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura, Juventude e Desporto, GEPAC-Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Cultural, Câmara Municipal de Lisboa e Fundação Calouste Gulbenkian, e apoio da Embaixada de Espanha em Portugal, Fundação Millennium bcp, Turismo de Portugal, entre outros.