As ideias de José Manuel Pureza têm sido tornadas públicas em diversos media nos últimos anos. Este livro, parte destas reflexões a que temos vindo a assistir, aprofunda-as e organiza-as em torno da ideia de que a crise domina indevidamente a vida política do nosso país.
«O Portugal do próximo futuro será evidentemente um país mais pobre, resultado da redução salarial generalizada, da brutal penalização das reformas e da perda de salário indireto traduzida no esfacelamento prático das políticas de universalidade de serviços públicos essenciais como a educação, a saúde ou a segurança social. Não se trata de uma consequência entre outras e muito menos de uma espécie de efeito colateral não desejado do programa de ajustamento. Não, o empobrecimento e a penalização do trabalho foi – e é – o núcleo essencial do programa da crise-como-política concretizado em Portugal.»
Para a crise-como-política não há linhas vermelhas. A luta por essas linhas inultrapassáveis, sempre mais avançadas, em vista da transformação profunda dos mecanismos que as tornam necessárias, está no coração da identidade histórica da esquerda. Diante da pujança inédita da crise-como-política, ela é mais importante hoje que nunca. É dessa luta que dá conta este livro. E é nela que toma partido.
Sobre o autor
José Manuel Pureza (n. 1958), é professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais. É autor de O património comum da humanidade: rumo a um Direito Internacional da solidariedade? (1998), Para uma cultura da paz (2001) e Jovens e trajectórias de violência: os casos de Bissau e da Praia (2012)