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terça-feira, 9 de abril de 2019

Quinta do Bronze e Maria Bonita Loureiro Barrica



Quinta do Bronze 2015 e Maria Bonita Loureiro Barrica 2017 são os dois novos vinhos do produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas. As duas novas referências têm a assinatura do enólogo Francisco Baptista que, imparável na busca pela qualidade, se tem desdobrado entre o Douro e a Região dos Vinhos Verdes.

“Tenho procurado os anos incríveis e encontrei”. O mote é dado por Francisco Baptista, o Insaciável enólogo da Lua Cheia em Vinhas Velhas. A insígnia para além de procurar produzir vinho em várias zonas do país, tem também procurado oferecer vinhos diferenciados – Poseidon, o vinho que tem embarcado em navios bacalhoeiros, é um bom exemplo. Mas a busca de Francisco não para aqui e este ano sai para o mercado o Quinta do Bronze 2015.

Tudo começa no Vale do Pinhão, região de Cima Corgo, no Douro, a 350 metros do rio. Desde 2013 que se fazem ali colheitas à procura do perfil ideal, testando as diferentes parcelas e castas existentes neste terroir. Até 2015 surpreendeu por ser precisamente “um ano incrível”.

Começa então o trabalho de Francisco até obter o Quinta do Bronze, que se chama assim porque, entre vinhas, há umas ruínas de uma antiga quinta que datam de 1823. Por entre os colaboradores, começou a dizer-se que aquela Quinta já era da Idade do Bronze, embora sem fundamento histórico, como rapidamente se percebe. Mas o certo é que a expressão ficou.

“Como está a correr a vindima na Quinta do Bronze?”, ouvia-se.

Mas vamos ao que interessa, ao vinho. Juntam-se as castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinto Cão. Depois da vinificação clássica, o vinho foi submetido a 24 meses de estágio em barrica e depois a 12 meses já em garrafa. O resultado é um vinho de cor rubi, repleto de intensidade, com aroma intenso mas elegante. Na boca, faz-se sentir estruturado e equilibrado, fresco e vibrante. A acidez está no ponto que o enólogo desejava: “excelente”. As notas frutadas combinam com a sublimidade da barrica e esta experiência prolonga-se através de um final de boca muito extenso. Como já percebe, esta é uma garrafa que se abre para harmonizar com cozinha tradicional portuguesa, pratos genuínos e possantes ou com queijos intensos.

Há-de haver mais edições da Quinta do Bronze, sempre que a Natureza bafejar o Douro com condições perfeitas. A vindima de 2017 foi também ela perfeita e há potencial em vista.