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quarta-feira, 5 de junho de 2019

15.º aniversário do Jazz im Goethe-Garten


No ano em que assinala o seu 15.º aniversário, o Jazz im Goethe-Garten (JiGG) apresenta, de 3 a 12 de Julho, seis concertos programados por Rui Neves, cujos autores-músicos se têm destacado numa realidade mais alternativa de um jazz da Europa.

A programação da edição de 2019 do JiGG traz quatro estreias a Portugal e abre as portas do acolhedor jardim do Goethe-Institut de Lisboa ao final das tardes de verão, com possibilidade de provar algumas iguarias típicas da Alemanha. 

A primeira estreia desta 15.ª edição acontece a 3 de Julho, na abertura do JiGG, com o quarteto português "Cat in a bag". Integrando três membros do sexteto Slow Is Possible que tem marcado recentemente a produção nacional, este novo quarteto afirma-se num 1º álbum deste ano na editora Clean Feed, privilegiando a improvisação e explorando as rotas do noise e da música experimental fazendo-as orbitar a essência do jazz.

No encerramento, a 12 de Julho, Philm, do saxofonista Philipp Gropper, apresenta um projeto recente, a partir de Berlim, de quatro músicos superlativos e já consagrado em importantes festivais da Europa, pondo em questão a continuidade da tradição do jazz que não precisa de ser emulada, mas antes de ser considerada como um ponto de partida, abrindo direções imprevisíveis e puxando a linguagem reconhecível aos seus limites.

Entre estas duas balizas, as propostas do JiGG confirmam-no como uma oportunidade para sentir o pulsar de criatividade em vários estádios da produção de jazz europeia.

A 4 de Julho, apresenta-se Dave Gisler, da Suíça, um guitarrista em plena ascensão já revelado no JiGG’17 no quarteto Weird Beard. Optando uma via autónoma em trio com músicos escolhidos, Dave Gisler amplia as premissas de então, agora sustentadas por arquiteturas e alquimias sónicas particulares forjando uma original e expandida proposta conceptual, que podemos escutar pela primeira vez em Portugal.

No dia seguinte, a 5 de Julho, e também em estreia para o público português, o clarinetista Vincent Pongracz, da Áustria, no seu quarteto Synesthetic 4, assume a provocação com um hip hop de natureza local.

Tal como a sua designação indica, este quarteto suscita uma união de sentidos e perceções que, no seu caso, significa integrar o hip hop numa aparente oposição a um clarinete solista que norteia o conjunto num fluxo de grooves cinemáticos e estabelece planos criativos entre o recolhimento e a liberdade, mas também entre a música séria e o divertimento.

A 10 de Julho, o Ghost Trio representa o poder da música improvisada atualmente feita em Itália e pela primeira vez num palco em Portugal. Da tão rica, como ainda desconhecida, cena transalpina, este trio de individualidades é arauto de um novo jazz totalmente improvisado onde prevalecem abstracionismos, motivos atonais, variações, contrastes e coincidências, fabricando uma música contínua, sem princípio nem fim, como que imersa numa caravana errante em busca de um oásis.

No dia seguinte, a 11 de Julho, é altura de ouvir um saxofonista de Barcelona, Albert Cirera, e um baterista de Lisboa, João Lencastre, que desenvolvem, desde 2013, uma sólida e fértil relação ibérica, instaurando em campo renovado uma mistura de sonoridades acústicas e eletrónicas e criando, a partir das suas inerentes capacidades improvisadoras, um cenário raro onde apenas grandes solistas têm a palavra.

A música em palco do JiGG é também uma manifestação da capacidade de fazer parcerias na Europa graças ao papel desempenhado pelo Goethe-Institut de Lisboa como produtor do evento e pelas entidades parceiras do JiGG 2019: as Embaixadas da Áustria e da Suíça, o Instituto Cervantes e o Istituto Italiano di Cultura.

Os concertos do JiGG têm sempre início às 19h e o preço do bilhete é de 5 € (alunos do Goethe-Institut, reformados e estudantes 3€).