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segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Goethe-Institut promove ciclo de cinema e debates sobre a “descolonização do pensamento”


A programação cultural do Goethe-Institut Portugal regressa em Setembro fora de portas, com o ciclo de cinema e debates Tudo passa, exceto o passado: Reimaginar o arquivo pós-colonial, que terá lugar de 24 a 27 de Setembro na Culturgest, parceira neste projeto, em colaboração com a Cinemateca Portuguesa.

O ciclo de cinema e debates que acontece em Lisboa integra-se numa programação mais abrangente, criada pelos institutos Goethe de Itália, Espanha, França, Bélgica e Portugal. Sob a designação Tudo passa, exceto o passado, este projeto aborda a questão da herança colonial dos países europeus, convidando artistas, investigadores e ativistas de todo o mundo a reunirem-se em workshops - em Bruxelas, Lisboa, Bordéus e Barcelona - para refletir sobre as perspetivas do legado colonial e sobre a melhores práticas para tratar a descolonização do pensamento em museus, arquivos e no espaço público, tanto ao nível discursivo como artístico.

Em cada cidade, o workshop assume um tema distinto e em Lisboa será debatido o tema "Re-imaginar o arquivo pós-colonial", destacando-se os desafios inerentes ao arquivo cinematográfico (pós)colonial. O workshop reúne quinze especialistas de Portugal, Alemanha, Angola, Guiné Bissau, Egito, Nigéria, Grã-Bretanha e Moçambique e será acompanhado de um programa público na Culturgest: uma mesa redonda no dia 24 de Setembro, às 18h30, e um ciclo cinematográfico, de 25 a 27 de Setembro.

Na mesa redonda de 24 de Setembro, será debatida a relação entre arquivo e poder, como também as estratégias atuais e alternativas de arquivos cinematográficos, e ainda os confrontos artísticos de cineastas da Europa e de diversos países africanos com o material de arquivo colonial e de arquivo das lutas de independência. Integram esta mesa redonda Filipa César, Mário Bastos (Fradique), Didi Cheeka e Tamer El Said, entre outros. A moderação está a cargo de Stefanie Schulte Strathaus, codiretora do Arsenal em Berlim.

A mesa-redonda servirá também de enquadramento para o ciclo cinematográfico que se segue nos dias seguintes: nos serões de 25 a 27 de Setembro, no Pequeno Auditório da Culturgest, será exibido material de arquivo restaurado e filmes atuais que trabalham com imagens de arquivo de origem colonial ou militante. A origem destes materiais de arquivo, o seu presente e as questões éticas da sua utilização serão discutidas com especialistas e cineastas. O ciclo é comissariado por Maria do Carmo Piçarra com base em sugestões e no diálogo com os participantes do workshop. Desta forma, a pluralidade de posições defendidas no debate interno encontra também expressão no espaço público nos três serões cinematográficos.