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terça-feira, 6 de outubro de 2020

"A Arte Custa": o trabalho na área das artes performativas em debate

Nos dias 14 e 15 de outubro, a Culturgest - em parceria com o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa e o CIES (Centro de Investigação de Estudos de Sociologia - promove A Arte Custa, que inclui duas conferências e dois workshops, dedicados ao trabalho na área das artes performativas, todos de participação gratuita, mediante inscrição prévia no site da Culturgest.

A conferência O Trabalho dos Artistas e as Lógicas de (Des)profissionalização é transmitida exclusivamente on-line e a conferência O que Custa e o que Vale a Arte? realiza-se no Pequeno Auditório da Culturgest, sendo também transmitida em live streaming. Os workshops ( O que Vale a Arte: As Premissas do Trabalho Artístico e O que Custa a Arte: as Premissas de Organização do Trabalho) têm lugar no ISCTE e tanto conferências como workshops são de participação gratuita.

Arte é trabalho. No entanto, raramente este facto é devidamente entendido. O trabalho nas artes performativas tem sofrido várias transformações que sobressaem em períodos de crise, como a que vivemos agora por força da COVID-19. A “vocação” artística confronta-se com muitas barreiras: a urgência da sobrevivência económica, os imperativos da programação, os pressupostos dos concursos para financiamento, as urgências sociais ou a imposição de agendas políticas. 

Assistimos a um emagrecimento das estruturas artísticas e de condições de trabalho marcadas pela precariedade e intermitência. Se o trabalho artístico é amplamente dependente das políticas públicas, a lógica da sua valorização não escapa à sua mercantilização.

Neste programa, juntam-se artistas, investigadores, programadores e curadores, ligados às artes performativas, para debater a relação entre o valor do trabalho artístico e as condições da sua concretização.

As conferências realizam-se nos dias 14 e 15 de outubro, às 18:30.


A primeira - O Trabalho dos Artistas e as Lógicas de (Des)Profissionalização, exclusivamente on-line nas redes sociais da Culturgest - conta com a participação dos sociólogos, professores e investigadores Pierre-Michel Menger (no Collège de France (Paris), dirige a cadeira de Sociology of Creative Work) e Izabela Wagner (professora de Sociologia no Collegium Civitas, investigadora associada no DynamE — Dynamiques Européennes e fellow no Institut Convergence Migration). 

Aqui será discutida a profissionalização da carreira dos profissionais das artes performativas, numa altura em que muitas das propostas artísticas ficaram em suspenso, mas a vida não.

O tema será analisado a partir de uma perspetiva internacional e em paralelo com o contexto português. As especificidades do trabalho criativo, incluindo o estatuto de intermitência, a precariedade dos profissionais das artes e da cultura, a construção de carreiras artísticas e a forma como a crise económica adensa a tensão existente entre arte e profissão e, logo, as exigências da profissionalização como uma causa e consequência das situações vividas no mercado de trabalho artístico. 


A segunda - O que Custa e o que Vale a Arte? - tem lugar no Pequeno Auditório da Culturgest e é transmitida em live streaming, contando com a participação dos investigadores Rui Pina Coelho, Luísa Veloso e Vera Borges, do bailarino e coreógrafo João dos Santos Martins, da socióloga Joana Marques e da professora e diretora do mestrado e doutoramento em Estudos Teatrais Maria João Brilhante.

Nesta conferência, abre-se espaço às ideias que foram surgindo nos workshops sobre o valor da arte e o custo do trabalho artístico e pretende lançar-se novas reflexões para, quem sabe, provocar uma transformação social.

Joana Marques e Maria João Brilhante juntam-se aos moderadores dos workshops - Rui Pina Coelho, Vera Borges, João dos Santos Martins e Luísa Veloso - na tentativa de alcançar conclusões mais específicas sobre o que custa e o que vale a arte.

Os workshops realizam-se nos dias 14 e 15 de outubro, às 14:30.

As inscrições - gratuitas - devem ser efetuadas até ao dia 4 de outubro, são limitadas a 25 participantes e sujeitas a seleção mediante nota biográfica e carta de motivação.