Páginas

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Um original e vívido retrato da Belle Époque



Tudo começa com uma visita a Londres no verão de 1885. Quando aquele «estranho trio» de cavalheiros franceses chegou a Londres para alguns dias de «compras decorativas e intelectuais», nenhum era muito conhecido fora do círculo social parisiense. Cada um deles alcançaria um certo grau de notoriedade e contentamento nos anos seguintes. O Homem do Casaco Vermelho é o mais recente trabalho do britânico Julian Barnes, que a Quetzal faz chegar às livrarias a 13 de maio, em edição de capa dura, com reproduções a cores de obras de arte e fotografias, e com tradução de Salvato Teles de Menezes.

Um era príncipe, outro era conde e o terceiro era um plebeu com apelido italiano que, alguns anos antes, fora retratado numa das extraordinárias telas de John Singer Sargent. Era ele Samuel Pozzi, médico da melhor sociedade, pioneiro da ginecologia moderna e livre-pensador – um homem racional, de espírito científico e com uma vida privada conturbada.

«Ou talvez pudéssemos começar prosaicamente com o casaco. A não ser que seja preferível descrevê-lo como um roupão. Vermelho – ou, com maior exatidão, escarlate –, comprido, do pescoço ao tornozelo, permitindo a visão de alguma roupa interior frisada nos punhos e na garganta. Por baixo, um único chinelo de brocado concede a presença de pequenos traços de amarelo e azul na composição», assim descreve Julian Barnes o quadro que viu exposto na National Portrait Gallery e que foi o estímulo primordial para a escrita deste livro. «É injusto começar com o casaco em vez de o fazer com o homem que tem dentro?»

O Homem do Casaco Vermelho é um original e vívido retrato da Belle Époque – e dos seus heróis, vilões, escritores, artistas e pensadores – e de um homem à frente do seu tempo. Um livro cheio de espírito e profundamente documentado, que mostra e defende a frutuosa e duradora troca de ideias através do Canal da Mancha que fez a grandeza da Europa.

Sobre o Autor

Julian Barnes nasceu em Leicester em 1946. É autor de mais de uma dezena de livros, entre eles O Papagaio de Flaubert (Prémios Femina e Médicis), Nada a Temer, O Sentido do Fim, Os Níveis da Vida , O Ruído do Tempo e A Única História, todos publicados pela Quetzal. A sua obra está traduzida em trinta idiomas, e três dos seus romances foram finalistas do Booker Prize, prémio que distinguiu O Sentido do Fim. 
Foi ainda galardoado com o Prémio do Estado da Áustria para escritores estrangeiros e com o David Cohen Prize. Recebeu, em 2017, a Légion d’honneur, a mais alta distinção da república francesa. Vive em Londres.