Beira Interior, década de 1940. Decorre a Segunda Guerra Mundial e a procura por volfrâmio, um mineral utilizado na produção de aço e outras ligas metálicas, dispara, na sequência da necessidade de produção de equipamento militar. Portugal, um dos principais fornecedores do minério-chave para os contendores, torna-se um importante produtor de um bem extraordinariamente escasso à escala mundial. Mas será esta inesperada transformação na economia nacional uma oportunidade ou uma ameaça?
Publicado pela primeira vez em 1943, Volfrâmio, uma das obras mais notáveis e testemunhais de Aquilino Ribeiro, regressa aos escaparates nacionais a 22 de junho numa belíssima nova edição com prefácio de Augusto Santos Silva e introdução de José Manuel Lello.
Num cenário rural e de pobreza generalizada, onde «a autoridade do padre é indisputada em matéria de sacramentos» e «o destino é geralmente amargo, as expectativas baixas e a sorte precária», a febre do «volfro», ou «feixe de ilusões», como tão bem ilustra Augusto Santos Silva no prefácio desta edição, vai alterar o equilíbrio das rotinas, sonhos e perspetivas de uma comunidade, ameaçando, corrompendo e desassossegando tudo à sua passagem.
Sobre o Autor
Aquilino Ribeiro nasceu na Beira Alta, concelho de Sernancelhe, no ano de 1885, e
morreu em Lisboa em 1963.
Deixou uma vasta obra, na qual que cultivou todos os géneros literários, partilhando
com Fernando Pessoa, no dizer de Óscar Lopes, o primado das Letras portuguesas
do século XX. Foi sócio de número da Academia das Ciências e, após o 25 de Abril,
reintegrado, a título póstumo, na Biblioteca Nacional, condecorado com a Ordem da
Liberdade e homenageado, aquando do seu centenário, pelo Ministério da Cultura.
Em setembro de 2007, por votação unânime da Assembleia da República, o seu
corpo foi depositado no Panteão Nacional.