A República Alexandrina é a 4.ª criação d’ O FIM DO TEATRO e estreia a 20 de Janeiro, quinta-feira, no Centro Cultural Malaposta, em Odivelas.
Da autoria de Pedro Saavedra, A República Alexandrina é o resultado intuitivo da observação dos processos e das lutas políticas que colocam em risco a democracia liberal. O valor republicano da causa comum, de que da conduta de cada um depende a sorte de todos, está cada vez mais em perigo.
As conquistas culturais das democracias ocidentais parecem eternas, como se a evolução das civilizações fosse sempre um crescente de liberdade e aceitação da diferença, mas nunca assim foi e nunca assim será.
O espaço da Alexandrina é um espaço de encontro de culturas há cem anos. Na Sociedade Recreativa República Alexandrina, esperam-se convidados para a comemoração mais aguardada da história, mas nenhum aparece.
Como se apenas a burocracia e a logística dos convites tivesse falhado, angariam-se convidados desconhecidos no meio da rua, para garantir a importância do momento. Tal como nas nossas principais cidades se tem assistido ao desaparecimento destes espaços – por troca com a turistificação, através da especulação imobiliária com os proprietários – também ali se espera o pior, mas o pior que finalmente acontece é de outra natureza.
A República Alexandrina apresenta-se no Centro Cultural da Malaposta (Olival de Basto, Odivelas) até 30 de Janeiro (5ª a sábado, às 20h30 | domingo às 16h30) e no Auditório Municipal António Silva (Cacém, Sintra) entre 3 e 12 de Fevereiro (5ª a sábado às 21h).
Sinopse
Há cem anos que uma reprodução de A Família de Dário Diante de Alexandre, de Paolo Veronese, está no salão nobre da Sociedade Recreativa República Alexandrina. No tempo em que a causa pública fazia sentido, este salão foi palco de discursos, comícios, festas e debates sobre a vida da cidade. No dia em que celebra o seu centenário, e sob o perigo de ter a sua sede vendida, convidados estranhos desenham uma celebração inesperada. Num tempo em que diferentes linhas de possibilidades se cruzam, em realidades paralelas, e que, acima de tudo, duas ideologias se desafiam continuamente, nada, mas mesmo nada, os fará parar de lutar. Lá fora, os sons das máquinas e dos violinos começam a ouvir-se.