segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Casino Estoril acolhe O Meu Vizinho é Judeu até 28 de Fevereiro


Aplaudida pelos visitantes do Casino Estoril, a peça “O Meu Vizinho é Judeu” continua em cena no Auditório até ao próximo dia 28 de Fevereiro. Bruno Nogueira e Miguel Guilherme proporcionam, de Quinta-Feira a Domingo, renovados momentos de bom humor.

Num prédio, vivem vários casais sem filhos, algumas pessoas sós, poucas famílias, uns entram pelas Escadas A e outros pelas Escadas B. A ignorância encontra a curiosidade, quando um vizinho ingénuo, atordoado pela obsessão da sua mulher pelo povo Judeu, interpela o  vizinho de baixo questionando a sua identidade.

Bruno Nogueira interpreta um homem sob a influencia do poder invisível das mulheres. Desesperadamente, procura satisfazer a sua mulher trazendo-lhe respostas curtas para perguntas demasiado grandes. Por sua vez, Miguel Guilherme carrega a nota biográfica do autor, um judeu ateu massacrado pelos preconceitos daqueles que vêm na diferença o perigo e a ameaça.

Com muito humor abrem-se as portas à discussão sobre questões sérias, e as personagens riem-se, também elas, mascarando a dor, do desencontro e das pequenas contradições que as tornam mais humanas.  

Jean-Claube Grumberg, alfaiate, actor e escritor francês,  é autor de cerca de 50 obras dramatúrgicas, argumentista dos realizadores François Truffaut e Costa-Gravas, e premiado por diversas vezes com o Prix Moliére, Grand Prix da Academie Française, entre outros.

Ciclicamente, voltam os tempos de crise de ideais e de valores propícios ao ressurgir do conflito “nós e os outros”, despertando o impulso primário e reactivo a situações alimentadas pelo medo e a ansiedade. O autor, desconstrói o preconceito com um humor caustico, surpreendendo o espectador com um volte face tão absurdo quanto a realidade actual.

Em “O Meu Vizinho é Judeu” encontramos dois vizinhos anónimos numa grande cidade, entre a escada e a porta da rua, e assistimos ao crescer de um conflito antigo que nos faz rir do medo sem medo, e recuperar alguma fé na humanidade.