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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Os últimos dias da humanidade


No início do novo ano, o Teatro Nacional São João apresenta, na Sala Garrett do D. Maria II, Os últimos dias da humanidade, de Karl Kraus. Uma encenação de Nuno Carinhas e Nuno M Cardoso, daquela que chegou a ser considerada a “obra-prima submersa do teatro do séc. XX”. Em cena de 12 a 22 de Janeiro.

Génio irado mas compassivo, Karl Kraus mergulhou no pandemónio da Grande Guerra (1914-1918) e de lá regressou com duas centenas de cenas da "humanidade em decomposição”. Os Últimos Dias da Humanidade (1915-1922) é uma crónica desses dias sangrentos que viram nascer a era da industrialização da morte, da mentira, da estupidez. Mas é também, e sobretudo, um laboratório de escrita experimental. Um teatro da citação, da repetição, da montagem, numa palavra, do contraste: personagens e documentos "reais” são vivificados pela imaginação satírica do autor, a atrocidade anda de mãos dadas com a futilidade. 

Depois da estreia, em outubro, no Teatro Nacional São João, este "horror risonho” instala-se agora na plateia do D. Maria II. Esta é uma longa jornada dividida em três partes: Esta grande época, Guerra é guerra e A última noite.

O espetáculo conta com as interpretações de Ana Mafalda Pereira, Andreia Ruivo, António Durães, Benedita Pereira, Diana Sá, João Cardoso, Joana Africano, João Castro, João Lourenço, Mafalda Canhola, Marcello Urgeghe, Maria Inês Peixoto, Miguel Loureiro, Paulo Calatré, Paulo Freixinho, Pedro Almendra, Raquel Cunha, Rita Pinheiro, Sara Barros Leitão, Teresa Arcanjo, Tiago Sarmento.