quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

CÓRTEX homenageia Jane Campion


O Córtex - Festival de Curtas Metragens de Sintra, que se realiza entre 16 e 19 de fevereiro, no Centro Olga Cadaval, em Sintra, abre a sua 7ª edição com uma homenagem à realizadora neo-zelandesa Jane Campion.

Campion, que foi primeira realizadora a receber a Palma de Ouro em Cannes em 1993 com o filme "Piano", teve a sua primeira Palma com a curta "An Exercise in Discipline - Peel" em 1986, que vai ser exibida na sessão de abertura do Córtex 2017, juntamente com "Passionless Moments" (1983), "A Girl's Own Story" (1984) e "After Hours" (1984). Esta sessão centra-se assim nos dias de escola de Jane Campion, enquanto aluna do Australian Film Television and Radio School.
"Em todas as edições temos a particularidade de dedicar a sessão de abertura às primeiras obras de um cineasta reconhecido internacionalmente. Acima de tudo, criamos a oportunidade de acompanhar a evolução dos seus trabalhos e conhecer a raíz do seu pensamento enquanto criador. Levamos a Sintra os dias de escola de Jane Campion e todo o espírito indomável de uma jovem de vinte e oito anos que arrecadou a Palma de Ouro em Cannes com a sua primeira curta-metragem “An Exercise in Discipline – Peel”, tornando-a na primeira mulher a receber este prémio", afirmam José Chaíça e Michel Simeão, diretores artísticos do Festival.

Esta será a oportunidade perfeita para se assistir pela primeira vez em sala às primeiras experiências cinematográficas de uma cineasta que se tornou pioneira, ao trazer a mulher para primeiro plano nas suas obras. Não foram as questões políticas ou movimentos feministas que moveram Jane Campion, mas antes uma sensibilidade que prestou um verdadeiro tributo à mulher e ao feminino divino e profano. 

A 7ª edição do Festival Córtex realiza-se de 16 a 19 de fevereiro, no Centro Olga Cadaval, em Sintra. As atividades paralelas ao Festival têm lugar no MU.SA - Museu das Artes de Sintra.



Biografia Jane Campion

Natural da Nova Zelândia, Jane Campion nasceu a 30 de Abril de 1954. Começou a fazer cinema no início dos anos 80 quando entrou na Australian School of Film and Television. A Austrália continua a ser o país onde desenvolve a maior parte das suas produções.

Com um tiro certeiro, a sua primeira-curta metragem “An exercise in discipline – Peel” arrecadou a Palma de Ouro para Curta-Metragem em Cannes. Seguiram-se outros prémios para as suas curtas metragens, como melhor argumento original pela AFI Awards para “A Girl’s Own Story” e melhor filme experimental para “Passionless Moments”.

“Sweetie” (1989) marca a sua estreia nas longas-metragens e arrecadou o prémio para melhor argumento no Australian Film Instutite. No mesmo ano, é nomeado para melhor filme na competição de Cannes. Por muitos, considerada a obra mais enigmática de toda a carreira de Campion, tornando-se um filme de culto.

O reconhecimento surgiu com “An Angel at my table” (1990), originalmente produzido para uma mini-série de televisão e que explora a vida da escritora neozelandesa Janet Frame. Um filme biográfico com uma forte densidade psicológica que valeu a Campion uma série de prémios nomeadamente no Festival de Toronto e no Festival de Veneza, sendo inclusive o primeiro filme neozelandês de sempre, a ser esse exibido nesse Festival.
“The Piano” (1993) catapultou a realizadora para Hollywood, sendo hoje em dia, considerada sua obra de maior impacto. O filme foi um sucesso em termos de bilheteira e recepção por parte da crítica, arrecadando os principais prémios do cinema, como três Óscares da Academia; para melhor argumento original, melhor atriz (Holly Hunter) e melhor atriz secundária (Anna Paquin). Com este filme, Campion recebeu a Palma de Ouro em Cannes, tendo-se tornado na primeira mulher a receber este galardão.

Seguiram-se “The Portrait of a Lady” (1996) uma adaptação do livro de Henry James e que conta com um elenco de luxo como: Nicole Kidman, John Malkovich, Shelley Duvall e Viggo Mortensen e “Holy Smoke” (1999) que reúne mais uma vez Harvey Keitel, depois de “The Piano” e Kate Winslet nos principais papéis.
Seguiu-se “In the Cut” (2003), primeiro filme produzido por Nicole Kidman que demorou cerca de cinco a ser produzido. Um thriller erótico que não foi muito bem recebido pela crítica, com Meg Ryan e Mark Rufallo nos principais papéis.

“Bright Star” (2009) uma biografia do poeta John Keats foi exibido pela primeira vez no Festival de Cinema de Cannes.

Atualmente encontra-se em pós-produção da segunda temporada de “Top of the Lake”. A primeira temporada rodada na Nova Zelândia, acompanha a jornada de Robin Griffin uma detective a investigar o desaparecimento de uma menina grávida de doze anos.