Na sua primeira exposição em Portugal, a artista plástica vietnamita Tiffany Chung apresenta, no espaço Lumiar Cité, a obra “Thủ Thiêm: an archaeological project for future remembrance”.
O projecto resulta de uma parceria do Lumiar Cité com o Johann Jacobs Museum (Zurique), onde a obra foi apresentada nos últimos meses, constituindo a primeira exposição individual da artista num museu europeu. A artista parte de escavações em ruínas e em resíduos urbanos para revelar objetos, incluindo sapatos de criança, caixilhos de janelas ou azulejos. Thủ Thiêm, o local de escavação, é um bairro antigo da cidade de Saigão (Vietname).
Os objetos encontrados nesta pesquisa arqueológica de Tiffany Chung não são necessariamente singulares. São testemunhos triviais de uma vida quotidiana e passada, que ainda ressoa dentro dos objetos. Deste modo, os objetos tanto falam da presença do poder colonial francês na Indochina, como do valor sentimental de uma tigela de arroz em porcelana.
Thủ Thiêm era um bairro movimentado, um organismo urbano, que foi sujeito a um plano diretor urbanístico – uma reformulação otimista e exaustiva do espaço urbano que não deixa vestígios do tecido preexistente e rasga as estruturas sociais. A artista responde ao plano diretor – que faz uma espécie de tabula rasa e apaga a história – com uma perspetiva diferente, traçando uma cartografa artística que capta simultaneamente as dimensões espirituais e históricas de um lugar.
Para ver no Lumiar Cité que fica na Rua Tomás del Negro, 8A, Lisboa. De Quarta a Domingo, 15h00 às 19h00 ou através de marcação entre 8 de Junho e 8 de Setembro de 2019.
Sobre Tiffany Chung
Tiffany Chung vive e trabalha em Houston (EUA). Entre as apresentações do seu trabalho em museus e bienais, destacam-se: “Vietnam, Past Is Prologue”, Smithsonian American Art Museum (Washington, D.C.); “Insecurities: Tracing Displacement and Shelter”, MoMA (Nova Iorque); “All The World’s Futures”, 56th Venice Biennale; “IMPERMANENCIA Mutable Art in a Materialist Society”, XIII Bienal de Cuenca (Equador); 10th Taipei Biennial (Taiwan); “Still (The) Barbarians”, EVA International – Ireland’s Biennial; “Illumination”, Louisiana Museum of Modern Art (Humlebæk, Dinamarca); “Sonsbeek”, Museum Arnhem (Holanda); “Our Land/Alien Territory”, Central Manege (Moscovo); “My Voice Would Reach You”, Rice University & Museum of Fine Arts (Houston); “Residual: Disrupted Choreographies”, Carré d’Art – Musée d’Art Contemporain (Nîmes, França); Sharjah Biennial (Emiratos Árabes Unidos); California Pacifc Triennial (Newport Beach); 7th Asia Pacifc Triennial (Brisbane, Austrália); e “Six Lines of Flight”, San Francisco Museum of Modern Art.