quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Entrevista a Clara de Almeida



O Cultura e Não Só esteve á conversa com a autora Clara de Almeida sobre a sua mais recente obra literária Numerologia e Vidas Passadas, que chega aos escaparates pela mão da editora Pergaminho. 
Uma conversa única e que nos dá a conhecer um pouco melhor esta economista que se dedica há mais de duas décadas ao estudo das matérias ditas esotéricas.

Cultura e Não Só (CNS) - Que teorias tem vindo a questionar ao longo do tempo?
Sempre me interessei pelo tema da numerologia e durante muito tempo não existia literatura em português, feita por autores portugueses, editados no nosso país.
Fui descobrindo autores estrangeiros, como Allan Kardek, que falavam sobre vidas passadas, as reencarnações, e onde explorava mais o tema.
Aprendi a fazer regressões e conduzi regressões a outras  pessoas, como é que nós que estamos aqui a viver esta vida, o que é andámos a fazer nas vidas passadas.  Tenho sobretudo também através da minha experiência de regressões que me permitiram formular a minha própria teoria.

Esta é uma temática muito delicada, porque há pessoas que não acreditam na reencarnação e dizem que é um disparate, mas a mim sempre foi uma temática que me chamou a atenção

CNS - Como é que podemos através da numerologia aceder a vidas passadas?
Para quem acredita em vidas passadas é mais fácil aceder à informação através da numerologia,  a informação que obtermos através da numerologia bate certo, as conclusões a que chegamos são as mesmas
Este processo foi sendo construído, não fui que inventei este processo, e fui descobrindo a minha própria metodologia, onde tudo começa com a data de nascimento. É a partir desta data que se constrói tudo, e sendo assim com uns cálculos simples, que explico no livro, obtemos 5 números que nos dão os padrões que trazemos de vidas passadas, e que trazemos para trabalhar nesta vida.
Os números que obtemos como resultados podem ser muitos, e eu explico no meu livro todos os números  possíveis de serem encontrados através da data de nascimento.

Nas minhas consultas muitos pacientes queixam-se do seu Karma, que é muito complicado, mas as pessoas muitas vezes ignoram que têm situações que têm trabalhar nesta vida coisas que são de vidas passadas.

Nós através da numerologia não conseguimos saber as histórias de vidas passadas mas conseguimos encontrar os efeitos dessas vidas, isso é feito através da leitura da aura ou através das regressões.
O Karma significa ação e pressupõe por consequência uma reação. Entramos assim na causa efeito, a nossa vida são processos de causa/efeito. É o que os budistas chamam de Samsara.
Há um padrão kármico que quando as pessoas o têm é muito difícil, e é o padrão que está relacionado com os apegos. Eu conto o caso de uma moça, que me diz que tem um padrão de relacionamentos amorosos, em que os namorados a abandonavam e cortavam relações com ela.
Esta paciente tinha estava a passar por uma recente separação amorosa, em que dizia que  se entregava aos seus namoradas, que fazia tudo por eles, mas que eles terminavam a relação com ela.
Através da numerologia descobrimos que ela tinha um padrão kármico de apegos, pois entregava-se em demasia mas também não dava espaço ao outro para respirar.
Inicialmente ela não entendia, e questionava se o apego era mau, porque na sua mente o amor, a paixão não faziam sentido sem apego. Tentei explicar-lhe de várias maneiras e em conversa descobrimos que ela vivia sozinha em casa com uma gata,e dizia que a “minha gata é o único ser que me é fiel” e depois diz-me “eu ás vezes viro-me para a gata e digo-lhe que não morra porque não sei viver sem ti” e eu disse-lhe que esse sim era o apego de que lhe falava pois um dia a gata irá falecer. Neste momento a minha paciente começou a compreender o que lhe queria dizer. Agora cabe á paciente fazer o seu trabalho emocional e mental.

CNS - A Clara tem um percurso académica e profissional ligados à economia, houve algum momento em que se apercebeu que os números significavam mais do que aquilo a que estava habituada?
Sempre fui uma pessoa muito intuitiva e sensitiva, lembro-me de ser garota, estar frente a um espelho grande que tinha em casa dos meus pais, olhar no espelho, e perceber que tinha as minhas próprias fantasias e que poderia haver outros mundos paralelos. 
Á medida que ia crescendo, pegava em toda a literatura que podia sobre estes temas, mas porque vivia rodeada de uma realidade muito racional, fui-me desviando destas matérias.
Quando fui mãe a minha intuição abriu-se novamente, só que estava também muito ocupada a trabalhar e com a família deixando sempre a porta entre aberta para o meu lado sensitivo. Apenas quando os meus filhos já estavam mais crescidos e eu estava um pouco mais livre é que estes caminhos começaram a vir ter comigo.
Um dia quando comecei a fazer ioga deu-se o clique porque me comecei a falar com pessoas que estavam também ligadas a estes temas, um dia conheci a numerologia  e apaixonei-me.

CNS -Quem ler o livro consegue fazer a análise do padrão pela data de nascimento? 
Ao ler o livro a pessoa conseguirá perceber como fazer as contas, como é que os padrões podem ser desvendados, e depois fazem a sua construção do padrão. 
A frase que mais oiço nos meus cursos e nas consultas é “Ahhh! Agora já percebi”, quando as pessoas desvendam o seu padrão.
Este livro é exclusivamente sobre a contabilidade kármica, e à pessoas com padrões simples mas também mais complicados.
No entanto nada disto invalida o livre arbítrio embora tenhamos algumas orientações e algumas referências, tal como a astrologia ajuda nestas referências. Sempre com o propósito de ajudar-nos a ser felizes e a fazermos escolhas mais acertadas.

CNS -Que mensagem gostaria que as pessoas levassem do seu livro?
Gostaria que percebessem que tudo é possível ser trabalhado, é sempre possível melhorado. Há acontecimentos inevitáveis e com os quais nos deparamos, mas temos sempre a escolha de como lidar com eles.
Nesta vida não há culpa do que fizemos nas vidas passadas mas sim  há um efeito dos padrões que agora tem de trabalhar nesta vida.

Entrevista de Rui Costa Cardoso