A arte da sedução faz correr rios de tinta desde tempos imemoriais. Seja na Roma Antiga ou na atualidade, o amor é um tema incontornável, uma arte que requer técnicas e dedicação, sobre a qual Ovídio ousou escrever em Ars amatoria (Arte de Amar, na tradução para português), que a Quetzal publica em edição bilingue latim e português, com tradução, introdução e anotações de Carlos Ascenso André. Trata-se de uma edição cuidada, em capa dura, com sobrecapa e pintura a cores, que chega às livrarias a 12 de outubro.
Fazendo uso dos seus dotes de poeta, Ovídio assume-se como mestre experimentado no amor e, por isso mesmo, senhor de especiais competências para industriar nas suas lides. Arte de Amar é um conjunto de poemas (três livros, no total) sobre como seduzir e manter a amada ou como conquistar e atrair os homens, tratando também do amor extraconjugal, da beleza, da dominação e da liberdade do prazer e do pudor, da lascívia e da obscenidade do amor.
Mas fica a advertência do mestre da luxúria: «Não existe uma receita universal nem um só método serve para todas.»
Sobre o Autor
Ovídio (Publius Ovidius Naso) nasceu em Sulmona, na região italiana de Abruzzo, em 43 a.C., e morreu em 17 ou 18
d.C. em Tomos, atual Constança (Roménia), então colónia grega, um enclave entre o Danúbio e o Mar Negro. A sua
obra é, ao lado da de Virgílio e de Horácio, de quem foi contemporâneo, um dos pilares fundadores da tradição poética
ocidental. De entre os seus livros distinguem-se este Arte de Amar (Ars Amatoria), bem como Remédios contra o Amor
(Remedia Amoris), Poemas de Tristeza (Tristia), Metamorfoses (Metamorphoses), ou o atualíssimo Heroides (Epistulæ Heroidum),
uma série de cartas escritas por heroínas da tradição grega e romana aos seus amantes. O lirismo de Ovídio é ora confessional e melancólico, ora jocoso e pleno de erotismo, ora marcado pela tristeza e pelo exílio.