quarta-feira, 1 de março de 2023

Em defesa dos leitores, das livrarias e das bibliotecas



« é um monstro tentacular que não para de inovar e de crescer», escreve Jorge Carrión na nota de autor da edição portuguesa de Contra a Amazon, que chega às livrarias portuguesas a 9 de março, com tradução de Margarida Amado Acosta. Traduzido em várias línguas, o manifesto do autor do mítico Livrarias dá que pensar desde que foi publicado pela primeira vez, em versão online, na Jot Down Magazine, em 2017.

Contra a Amazon é um manifesto contra a multinacional de Jeff Bezos em defesa dos leitores, das livrarias e das bibliotecas, em oposição ao poder crescente dos algoritmos globais. Carrión visita bibliotecas (reais e imaginárias) e livrarias em todo o mundo e insiste no valor do livro e da sua proximidade como pilares da nossa educação sentimental e intelectual. «A Amazon apropriou-se do prestígio do livro. Construiu o maior hipermercado do mundo com uma cortina de fumo em forma de biblioteca.»

Jorge Carrión defende a figura do livreiro e da livraria contra o mundo impessoal da livraria global, ao mesmo tempo que entrevista autores e livreiros, evoca Jorge Luis Borges, caminha ao lado de Iain Sinclair em Londres, mostra como as livrarias de Tóquio se reinventam, como as bibliotecas resistem e a sua memória não pode perder-se, fala dos livros como instrumento de consolação diante da angústia da Internet – e visita Lisboa no pós-pandemia.

Com textos especialmente preparados para a edição portuguesa, Contra a Amazon estabelece a leitura como uma atitude e um sinal da civilização – e a livraria como um lugar onde se encontram os seus pilares. «Porque, para nós, um livro é um livro é um livro.»

Sobre o Autor

Jorge Carrión nasceu em Tarragona, Espanha, em 1976. É doutorado em Humanidades pela Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, onde ensina literatura contemporânea e escrita criativa. Escreve regularmente para jornais como El País, La Vanguardia, The New York Times e The Washington Post. É autor dos romances Los Muertos (2014), Los Huérfanos (2014), Los turistas (2015) e Los defuntos (2015), além de Membrana (2021), bem como dos ensaios Lo Viral (2020) e Barcelona. Libro de los Pasajes (2017). A sua bibliografia inclui também livros de viagem, crónica, novela gráfica e tradução. Livrarias foi publicado pela Quetzal com o subtítulo Uma história de paixão, comércio e melancolia.