“Banho Maria” é o nome da mais recente exposição do artista português Igor Jesus, que conta com curadoria de Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes. A exposição que pretende mostrar ao público uma espécie de iconografia do invisível ou uma “destilaria de imagens” estará patente na sala de exposições da Escola das Artes da Universidade Católica no Porto. A exposição estará patente a partir do próximo dia 17 de fevereiro, às 19h30 e tem entrada livre.
O termo “Banho Maria” serve para descrever procedimentos que vão desde a química, processos industriais, farmácia, cosmética até à culinária. Independentemente do âmbito da sua aplicação, banho-maria designa o processo de aquecer lentamente uma substância líquida ou sólida que está dentro de um recipiente e que é colocado dentro do interior de outro fechado onde se liberta vapor de água. O vapor que aumenta a temperatura das diferentes substâncias com a especificidade de ser um processo muito preciso e exigente do ponto de vista do controlo dos diferentes elementos manipulados foi precisamente o que levou à inspiração do nome para esta exposição.
Para o artista português Igor Jesus “não interessa entrar no campo da alquimia, mas sim captar a possibilidade de transformação alquímica, surpreendente e muito radical”. Essa mesma transformação serve como metáfora para se aproximar de um processo muito elaborado de relacionar e transformar imagens em sons, em escultura e em espaço.
A aproximação que “Banho Maria” materializa relativamente ao processo alquímico deve-se a um entendimento que o artista tem vindo a desenvolver nas suas obras em que as imagens e os objetos artísticos são, sobretudo, modos de captar energias. Para Igor Jesus “nunca se trata de representar uma coisa, uma pessoa, ou uma outra coisa qualquer, mas sim o de encontrar dispositivos que alterem energeticamente o mundo e, claro, os sujeitos que experimentam as suas obras”.
O curador Nuno Crespo explica que “a exposição Banho Maria permitirá uma experiência imersiva que pretende levar o público para zonas de experiência em que todas as forças humanas são ativadas - sensibilidade, imaginação, entendimento e razão para fazer justiça a Kant e à matriz descritiva das forças que compõem a inteligência humana”.
Nesta exposição, o artista apropria-se do livro de imagens de H. Baraduc com o título: The human soul. Its movements, its lights and the iconography of the fluidic invisible (1896). Isto porque Igor Jesus se apresenta como alguém dedicado a identificar o que acontece nas zonas habitualmente inacessíveis ao olhar humano e onde só chegamos através de certos dispositivos como, por exemplo, uma câmara fotográfica.