segunda-feira, 4 de abril de 2022

Ode aos dias dourados do cinema



Depois do título O Coração de Inglaterra, o primeiro do autor britânico no catálogo da Porto Editora, chega O Sr. Wilder & Eu, um livro que evoca a passagem da juventude à idade adulta e faz o retrato íntimo de uma das mais intrigantes figuras do cinema: Billy Wilder. Jonathan Coe lança aqui o olhar sobre a natureza do tempo e da fama, da família e da atração que a nostalgia consegue exercer sobre cada um de nós.

A primeira metade deste romance foi escrita durante uma residência de dois meses em Cascais, a convite da Fundação Dom Luís I e da Câmara Municipal daquela localidade. Para a construção desta narrativa que tem como cenário paragens tão díspares como Los Angeles, Paris, Londres ou Corfu, o autor consultou uma vasta bibliografia e filmografia, de modo a reconstruir fielmente a época dourada do cinema e a consequente transformação da sétima arte.

Sinopse

Aos 57 anos, a vida de Calista Frangopoulos parece ter chegado a um impasse pessoal e profissional. À partida de uma das filhas para um país longínquo e ao complexo dilema com que a outra se debate, soma-se o pouco trabalho que tem tido enquanto compositora de bandas sonoras. É no meio deste caos que recorda a sua própria juventude e os tempos passados com o grande realizador de cinema Billy Wilder. Em 1976, por mero acaso, Calista dá por si em Los Angeles, num requintado jantar com grandes figuras do cinema, entre elas Wilder, que acaba por contratá-la como intérprete durante a rodagem do filme O Segredo de Fedora, numa belíssima ilha grega. E assim, ao lado de um dos maiores nomes da sétima arte, numa ímpar jornada de aprendizagem e crescimento, Calista conhece os últimos momentos de uma forma de fazer cinema que então chegava ao fim. Ao mesmo tempo, começa a traçar o seu próprio caminho, descobrindo não apenas o amor, mas também os traumas privados e coletivos que o Holocausto deixou.

Sobre o Autor

Jonathan Coe nasceu em Birmingham, em 1961. É autor de variados romances e livros de não-ficção, de que se destaca A Vida Privada de Maxwell Sim (nomeado para o International IMPAC Dublin Literary Award 2012), e vencedor de prémios como o John Llewellyn Rhys Prize 1995, Melhor Livro Estrangeiro de 1996, em França, o Writers’ Guild Best Fiction Award 1997, o Médicis Étranger 1998 e I Prémio Europeu dos Jovens Leitores. Em 2004, foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras de França. Com O Coração de Inglaterra (Prémio Literário Costa 2019), publicado pela Porto Editora, encerrou a trilogia «não oficial» de que também fazem parte O Rotters’ Club (2001) e O Círculo Fechado (2004), na qual apontou com humor as fragilidades da moderna sociedade britânica, em particular as que o Brexit veio pôr em evidência.