quarta-feira, 17 de julho de 2024

Festival Que Jazz É Este? até 21 de julho em Viseu



A 12ª edição do Festival Que Jazz É Este? já arrancou em Viseu e decorre até 21 de julho. Desenhado pela Gira Sol Azul, o Que Jazz É Este? é um festival eclético e diversificado que ocupa preferencialmente o espaço público e que se posiciona num lugar de procura do equilíbrio entre a novidade e o alimentar e aprofundar laços que ao longo de 12 anos têm sido estabelecidos com vários públicos.

De 18 a 21 de julho os concertos estão desenhados em 5 blocos de programação dirigidos a públicos diversos, contamináveis entre si e distribuídos por 5 horários: 15h, 17h, 19h, 21h30 e 23h. A par de integrar o trabalho que é desenvolvido localmente e que pretende deixar marcas, a programação do festival coloca a região no mapa incluindo concertos únicos e integrando artistas emergentes e artistas nacionais e internacionais de relevo.

No dia 18 de Julho, pelas 21h30m, no Parque Aquilino Ribeiro, temos o concerto de Axes ‘Hexagon’. Liderado pelo saxofonista João Mortágua, ‘Hexagon’ dos Axes, ergue sobre os seus alicerces identitários toda uma nova construção geométrica, baseada na narrativa dos ângulos e dos polígonos com música firme e impactante, buscando no equilíbrio entre a força e a emotividade o ónus do seu significado: uma permanente construção conjunta sobre a tela em branco que é a nossa passagem por este mundo. Às 23h00m, no Carmo’81, temos o concerto do Combo do Conservatório de Coimbra. Este coletivo surge como forma de proporcionar experiências performativas, no âmbito do pequeno ensemble, aos alunos do curso profissional do Conservatório de Música de Coimbra. Quebrando as barreiras da disciplina de combo, estes alunos “enfrentam” o grande público, oferecendo o que de melhor têm vindo a aprender na sua jornada épica de descoberta do Jazz. Para finalizar a noite, às 23h45m, também no Carmo’81, temos a primeira JAM SESSION, com o palco aberto onde músicos e estudantes de música estão convocados para fazerem parte do encontro (jam session), onde em tom informal se experimenta a característica que melhor define a música jazz: improvisação!

No dia seguinte, 19 de Julho, o dia arranca com a Rádio Rossio às 14h00m com a Rádio Escolar Mundão no Parque Aquilino Ribeiro e continua mais tarde às 16h00m com Ricardo Ramos. Pelas 15h00m, no Parque da Cidade, é apresentado em formato performance sobre uma instalação sonora o trabalho desenvolvido no Laboratório de Experimentação Sonora, feito sob a orientação de Beatriz Rola e Inês Luzio, dupla de criativas conhecidas pelas suas abordagens criativas e inovadoras. O Laboratório de Experimentação Sonora é um espaço inclusivo e plural dirigido a todos os interessados maiores de 10 anos que ao longo de várias sessões vão experimentar, inventar, gravar, compor e interpretar material sonoro e musical relacionado com a cidade de Viseu. Esta instalação fica em permanência até 21 de julho. Às 19h00m, na Casa do Miradouro, Luís Vicente Trio apresenta-nos ’Come Down Here’ que nos lança um convite para mergulhar no misterioso em que luz e escuridão caminham de braços dados num ambiente ritualístico onde composições se desenrolam como se de histórias se tratassem, recuando temporalmente ao período da tradição oral. Mais tarde, no Parque Aquilino Ribeiro, pelas 21h30m, temos o concerto do Colectivo Gira Sol Azul & Lura. Composto por músicos da Gira Sol Azul, este colectivo junta-se a um convidado especial partilhando assim o palco e repartindo com o público a energia musical advinda da experiência privilegiada que vivem. Este ano é convidada do Colectivo, Lura, voz incontornável da lusofonia que conquistou o mundo com o gigante sucesso de “Nariná” e com colaborações de peso com Cesária Évora, Bonga ou Angelique Kidjo, somando já mais de 25 anos de carreira. O último concerto da noite acontece às 23h00m, no Carmo’81, com ILDA. ILDA é o resultado de 5 anos de colaboração musical entre António Ferreira e Inês Martinez, aos quais se uniram Luis Possollo na bateria e David Guerreiro no contrabaixo, e posteriormente Pedro Mendes no piano. Com base em Amesterdão e inspirados por influências do jazz contemporâneo, como Aaron Parks e Shai Maestro, buscam transmitir introspeção e reflexão, e simultaneamente energia vibrante, proporcionando uma experiência musical rica e envolvente. De seguida, decorre mais uma JAM SESSION no Carmo’81.

No penúltimo dia do festival, dia 20 de julho, o dia começa mais cedo com a Rádio Rossio que emite a partir da sua caravana, estúdio móvel que usa a frequência da rádio Jornal do Centro, programas especialmente concebidos para o festival. No Parque Aquilino Ribeiro, às 11h00m temos Catarina Machado e Rui ‘Tigrão’ Gomes a dar o mote, às 14h00m a Rádio Escola Azeredo Perdigão, às 15h00m o concerto do Combo da E. P. da Serra da Estrela e termina às 16h00m com Raquel Castro. Quanto a concertos, no Jardim da Casa do Miradouro, pelas 17h00m, temos Sara Serpa & André Matos onde apresentam ‘Night Birds’, o seu mais recente álbum que integra uma coleção de composições originais, improvisações e uma bagatelle de Bartok, temas que propõem uma reflexão sobre as sociedades aceleradas do mundo moderno, questionando o consumo, exploração e destruição de ecossistemas naturais. Neste concerto o duo conta com a participação especial de John O' Gallagher no saxofone e João Pereira na bateria. Às 19h00m, na mais emblemática sala de espectáculos da cidade, o Teatro Viriato, haverá concerto com Nils Berg Cinemascope, banda de jazz sueca conhecida pelos seus 3 músicos e 1 projetor, que apresentam o álbum ‘Basilicata Dreaming’. Este trabalho resulta de uma viagem de 10 dias a Basilicata pelo músico Nils Berg e o realizador Donovan von Martens que criaram as bases de uma obra de arte cinematográfica e musical. No concerto, os músicos tocam ao vivo e interagem com senhoras que cantam enquanto lavam a roupa na fonte de uma praça, cowboys que tocam gaita de foles, músicos de rua, entre outros. Uma viagem comovente numa parte muito especial e desconhecida da Europa. Às 21h30m, temos ainda o concerto de Maë Defays no Parque Aquilino Ribeiro que navega pelos lugares do jazz e da soul. Com o seu novo projeto, A Deeper Ocean, a cantora, compositora e guitarrista explora o oceano da alma humana através de mundos simbólicos de água e terra, fundindo música e poesia. Às 23h00m, no Carmo’81, o concerto do Combo do Conservatório de Música do Porto antecede a última JAM SESSION do festival marcada para as 23h45m.

O último dia do festival, 21 de julho, volta a ter no início do dia, pelas 11h00m, no Parque Aquilino Ribeiro, a Rádio Rossio com Catarina Machado e Rui ‘Tigrão’ Gomes, às 14h00m a Rádio Escolas de Mangualde, às 15h00m o concerto do Santa Combo e às 16h00m Rui Miguel Abreu. Às 17h00m, no Carmo’81, acontece o Concerto de Apresentação do 16º Workshop de Jazz de Viseu. Depois de 3 dias de trabalho intenso, os participantes do 16.º Workshop de Jazz de Viseu são convidados a subirem ao palco e partilharem o resultado do trabalho que consistiu na exploração dos seus instrumentos sobre a perspetiva da linguagem do Jazz. Sob a orientação de Marcos Cavaleiro e João Grilo, o grupo que integra estudantes de música e músicos profissionais lança-se em concerto onde se exploram acima de tudo a sua criatividade e demonstram a relação criada entre músicos em palco. O festival fecha com a prata da casa: Joaquim Rodrigues apresenta ‘Plexus’, acompanhado de um elenco de luxo numa formação singular: Marcos Cavaleiro e Mário Costa nas baterias, Pedro Santos no baixo elétrico, Miguel Ângelo Silva no contrabaixo, Luís Ribeiro na guitarra e Xose Miguélez no saxofone tenor. ‘Plexus’ é a expressão (ou interpretação) musical de um tempo e espaço geograficamente delimitado, marcadamente bucólico e cheio de inúmeras complexidades alicerçadas em problemas realmente simples. 

A 12ª edição do festival Que Jazz É Este? é financiada pela Direção Geral das Artes e pelo programa Eixo Cultura do Município de Viseu e conta com vários importantes parceiros e mecenas locais e nacionais que têm contribuído para a afirmação do festival como um projeto de relevo e prestígio na região centro. De modo a incentivar a equidade no acesso ao festival, e por forma a consciencializar os públicos de que a fruição cultural deverá ser acessível mas não forçosamente gratuita, as atividades que integram o festival são de entrada livre, mas a organização apela a um pagamento não obrigatório, através de um ‘donativo consciente’.

Toda a Programação pode ser consultada em https://quejazzeeste.com/