«Quando não estamos seguros de nada, a prudência recomenda que nos agarremos à promessa mais ténue.» Não podia ser mais atual esta frase do romance Viver. A Contagem Decrescente, do franco-argelino Boualem Sansal, autor da distopia 2084, detido político na Argélia desde final do ano passado. Aos 75 anos, doente e condenado a cinco anos de prisão, Sansal propõe uma nova história que aborda o fim do mundo.
O que faríamos se soubéssemos que nos restavam pouco mais de dois anos (780 dias mais precisamente) para a presença humana se extinguir na Terra? Com a sua verve cáustica e mordaz, Boualem Sansal imagina que a fundação de uma nova Humanidade pode ser entregue a uma pequena minoria de «Convocados» selecionados por um poder misterioso. Mas como chegar à lista final dos eleitos que hão de ser conduzidos em segurança para um novo planeta?
Paolo é um desses «Convocados» e tem por missão escolher seres dignos de confiança para participarem nessa viagem para longe da Terra. Como assegurar que se fazem as escolhas acertadas? Ou que apenas se salvam os poderosos, os políticos, os mafiosos, os religiosos de várias as convicções?
Viver. A Contagem Decrescente chega hoje às livrarias nacionais, com tradução de Luísa Mellid-Franco.
Sobre o Autor
Boualem Sansal nasceu em 1949 na Argélia. É formado em Engenharia e doutorado em Economia. Os seus livros têm sido aclamados no espaço francófono, mas também um pouco por todo o mundo. Sansal, romancista e ensaísta, foi agraciado com os seguintes prémios literários, entre outros: Prémio Michel Dard, Prémio RTL-Lire, Prémio da Francofonia, Prémio Louis-Guilloux, Prémio da Paz dos Livreiros Alemães – Feira de Frankfurt, Prémio Édouard-Glissant, Grande Prémio do Romance Árabe, Grande Prémio do Romance da Société des Gens de Lettres, Grande Prémio da Francofonia da Academia Francesa, Grande Prémio do Romance da Renaissance Française.
Sansal adquiriu recentemente nacionalidade francesa, embora a sua ligação à Argélia natal se tenha sempre mantido inabalável. A 16 de novembro de 2024, foi detido à sua chegada ao aeroporto de Argel, a que se seguiu a condenação a uma pena de cinco anos por conspiração contra a unidade nacional. Boualem Sansal, de 75 anos, crítico do regime argelino, encontra-se detido desde então, apesar dos muitos apelos de individualidades internacionais à sua libertação.