segunda-feira, 19 de março de 2018

Kristoffer Bolander edita "What never was will always be" dia 30 de Março


Bem-vindos à banda sonora da Era do Gelo, casa dos últimos sobreviventes da catástrofe climática global. Um lobo solitário ronda as ruas geladas duma cidade deserta e iluminada. A noite é perfurada por uma única voz, a ecoar tão clara quanto cristal entre Kiruna e Trelleborg.

“What never was will always be” oferece provas convincentes da adesão do cantautor sueco Kristoffer Bolander à elite europeia de compositores alternativos.

Movimentando-se para além da típica folk conhecida do primeiro disco “I Forgive Nothing”, este segundo trabalho representa uma significante evolução no som. A voz maravilhosamente delicada e aguda do cantor sueco é enquadrada lindamente pela sua excelente banda, às vezes concentrada em silêncio, outras vezes a aumentar as guitarras distorcidas e os tambores viscerais. Mas o que realmente torna a atmosfera única de "What never was will always be" é a introdução de elementos eletrónicos. De gentis sintetizadores que relembram as paisagens sonoras de Brian Eno para baterias secas pulsantes, enquanto flashes de arpejador iluminam o espetáculo musical elegantemente concebido. As músicas variam desde a épica "Cities" para a synth pop dançável "Animals" e para a música folclórica clássica como "True Romance" que apresenta a voz de Kristoffer Bolander acompanhada apenas por uma guitarra acústica.

O álbum é uma panóplia de pequenos mundos em que cada música ocupa a sua própria dimensão sónica, produzida até à perfeição. Um acrescento às qualidades líricas únicas de Bolander que desenvolve um estilo extraordinário, as suas palavras caem como mantras do futuro, com contos de cidades perdidas e romances que mudam a vida duma pessoa. Os novos componentes deslocam a música calmamente para longe do experimentado e confiável biótopo dum álbum folk para uma esfera electro pop folk. Se gostas de Cigarrettes After Sex ou Brandon Flowers, este disco pode ser para ti também.

Existe um bom motivo para o contraste do som entre "What never was will always be" e o seu antecessor. Kristoffer Bolander tratou de todos os arranjos sozinho e Daniel Johansson, conhecido pelo seu trabalho com o vencedor de Grammy Tommy Black, produziu o disco. Juntos criaram um som distinto para cada música individualmente. A atenção meticulosa aos detalhes de Bolander e Johansson brilha através da instrumentação tão magistralmente implantada no disco, perfeitamente complementada pela voz expressiva de Bolander.

"What never was will always be” é um novo e contemporâneo disco folk pop que convida o ouvinte a dançar, sonhar, chorar.