terça-feira, 13 de agosto de 2024

A rentrée cultural do pólo cultural da Trienal



Em Setembro, lança-se um novo ciclo de programação no Pólo Cultural da Trienal que está sediado no Palácio Sinel de Cordes. Da Vídeo-arte à música, da arquitectura aos sistemas alimentares, os formatos são diversos e todos de entrada gratuita. Dois festivais, quatro tertúlias com ateliers da arquitectura nacional emergentes e duas exposições, uma dedicada a quem habita obras de Álvaro Siza e uma representação oficial de Espanha na última Bienal de Arquitectura de Veneza.

Com uma agenda a fervilhar de propostas para o fim do verão, o Pólo Cultural da Trienal volta a abrir portas a 30 de Agosto com uma sessão da 16.ª edição do festival internacional de vídeo-arte FUSO, que pelo 3.º ano consecutivo transforma o pátio numa sala de cinema ao livre. Nesta noite de sexta-feira, a sessão A Mera Possibilidade de um Futuro com curadoria de Laila Hida (Marrocos), apresenta 5 curtas metragens e uma conversa entre a curadora e Vítor Belanciano.

Na semana seguinte, a 5 e 6 de Setembro, é a vez de uma cantata-performance electrónica para um ensemble feminino de 12 vozes interagir com as centenárias árvores do pátio do Pólo Cultural da Trienal no âmbito do Operafest. Intitulado Tormento, espectáculo concebido pelo artista Gustavo Sumpta e com música do compositor Nuno da Rocha celebra os 500 anos do nascimento do poeta Luís de Camões dando vida à mítica figura do Adamastor do Canto V d’Os Lusíadas. São duas sessões por dia, uma às 21h e outra às 22h.

O ciclo de tertúlias Conversas et al. arranca com a primeira de quatro conversas entre o público e uma nova geração de talentos portugueses que fundaram ateliers de arquitectura sediados em diferentes territórios: Porto, São Miguel, Coimbra e Lisboa. Os encontros têm lugar quinzenalmente às quintas-feira, pelas 18h30. A 19 de Setembro, recebemos o atelier Mero Oficina, seguido pelo Mezzo Atelier (3 de Outubro), o Branco del Rio (17 de Outubro) e KWY (31 de Outubro). Cada atelier traz uma pessoa cúmplice e um objecto que ajuda a desconstruir os seus processos criativos.

Habitar Siza: a arquitectura por quem lá mora é uma exposição que analisa o modo como as pessoas que habitam espaços desenhados por Álvaro Siza experienciam e interagem com a disposição espacial dos seus apartamentos, as micro-tecnologias da casa, os espaços públicos dos edifícios e o estatuto de atracção turística dos prédios onde moram.

Preenchendo a lacuna de investigação existente sobre a obra de Siza, relativa à quase ausência de estudos sobre a recepção e apropriação da sua arquitectura por quem lá mora, o estudo debruça-se sobre três casos a partir de uma metodologia etnográfica: o Bairro da Bouça no Porto, a Malagueira em Évora e Terraços de Bragança em Lisboa, onde vivem populações bem distintas. A exposição inaugura a 10 de Setembro com um conjunto de apresentações.

"Ao comer, digerimos territórios": Foodscapes, a exposição que representou Espanha na Bienal de Arquitectura de Veneza, tem inauguração marcada a 14 de Setembro e estará patente no Pólo Cultural da Trienal até 14 de Dezembro. A partir de vários documentários vídeo foca o contexto agro-arquitectónico espanhol, o motor alimentar da Europa a partir de uma série de vídeos documentais, que mostram o que se esconde por trás dos nossos alimentos, em plena crise energética.

Com curadoria de Eduardo Castillo-Vinuesa e Manuel Ocaña, Foodscapes estuda a forma como a comida é produzida, distribuída e consumida e olha para o futuro para explorar outros modelos possíveis, capazes de alimentar o mundo sem devorar o planeta.
Inserida na Mostra de Espanha em Portugal, a exposição encerra a programação de artes visuais do Pólo Cultural da Trienal em 2024, que arrancou em Janeiro com Fertile Futures, a Representação Portuguesa na mesma Bienal de Arquitectura de Veneza.