segunda-feira, 15 de setembro de 2025

O legado de um rebelde visionário



Obra poética do jovem que transformou a literatura francesa editada pela Assírio & Alvim, chancela do Grupo Porto Editora, a 18 de setembro.

Considerado um dos maiores nomes da poesia, Arthur Rimbaud volta a ganhar destaque com o lançamento de uma edição bilingue da sua obra poética – com exceção dos versos em latim –, traduzida por João Moita. Depois de renegar as traduções da poesia em verso que havia feito em 2018 e revisto as da prosa poética editadas em 2022 e 2023, o tradutor entrega-nos um outro Rimbaud em Poesia: visão única da genialidade de um dos mais notáveis prodígios da literatura.

Lembremo-nos de que o poeta publicou os primeiros poemas por volta dos 15 anos e abandonou a escrita cerca dos 20, tempo suficiente para deixar um legado literário que ressoa ainda pelas gerações que lhe seguiram, como a importância que teve para o surrealismo o demonstra bem. Esta obra é uma oportunidade única para redescobrir o espírito rebelde e criativo de um poeta que tanto ataca a sociedade burguesa e costumes da época, como cria imagens tocadas por uma espécie de alquimia secreta.

Para além de uma nota do tradutor, confrontando a obra a que se propôs traduzir e refletindo sobre o trabalho que empreendeu, este livro inclui ainda um prefácio de Fernando Pinto do Amaral, premiado tradutor de Baudelaire, sobre uma das ideias centrais em Rimbaud, a inspiração.

Sobre o Autor

Arthur Rimbaud de seu nome completo, Jean-Nicolas-Arthur Rimbaud foi um poeta francês nascido a 20 de outubro de 1854 em Charleville, nas Ardenas. Frequentando a escola de província até aos quinze anos de idade, Rimbaud mostrou-se um aluno de capacidades excecionais mas indomáveis. Partindo sozinho, conseguiu chegar à Bélgica aos dezasseis, o que lhe valeu escolta policial até casa. Publicou nesse ano de 1870 o seu primeiro poema e, no seguinte, conhecendo Verlaine, desencaminhou-o para juntos chegarem a Londres e dar início a uma vida de álcool e ópio. Sumo viajante, deambulou mundo fora, aprendeu diversos idiomas e teve ofícios dos mais variados para sobreviver, como o tráfico de armas na Abissínia. Em fevereiro de 1891, em Marselha, começou a sentir fortes dores no joelho esquerdo. Foi-lhe diagnosticado um cancro e a perna teve de ser amputada. Após um período de alucinações e transes, Rimbaud acabou por falecer em Marselha a 10 de novembro de 1891.