sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Desalento ou uma nova idade da pedra



O premiado poeta Daniel Jonas está de volta, com um livro em tom tragicómico que promete deixar-nos a ecoar alguns destes versos por muito tempo. Idade da Perda já se encontra em pré-venda e chega às livrarias a 18 de setembro, com edição da Assírio & Alvim , chancela do Grupo Porto Editora.

Nesta obra, o autor parece apresentar, por um lado, a faceta mais desalentada da sua escrita, por outro, alguns dos versos mais contundentes sobre o mundo em que vivemos, com poemas que vão da natureza, ao amor, cultura ou ciência entre composições brevíssimas, quase apontamentos para respirarmos, e outras de grande fôlego.

Idade da Perda reafirma a mestria do autor, que é também dramaturgo e um reconhecido tradutor, numa altura em que a suposta anacronia do género poético nos deveria levar a escutá-lo com a máxima atenção.

Sobre o livro

Seja a visão do drone intrometendo-se na de Deus, seja a paisagem histórica de uma velha cidade-museu europeia devorada pela rapidez da máquina-locomotiva e pela visão de uma bela adormecida, ou somente as manchas do tempo sobre este amigo, aquele amor — as memórias embaciadas, talvez oxidadas pela natureza —, a pedra destes poemas parte-se, pesarosa ou rindo sarcasticamente para dentro, com a perícia conhecida de Daniel Jonas. 

Sobre o Autor

Daniel Jonas é poeta, dramaturgo e tradutor. Enquanto poeta, publicou, entre outros, Sonótono (Cotovia, 2006), que lhe valeu o prémio PEN de Poesia, Nó (Assírio & Alvim, 2014), galardoado com o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da APE, e Cães de Chuva (Assírio & Alvim, 2022), vencedor do Prémio Literário Fundação Inês de Castro. Foi ainda um dos sete poetas nomeados para o Prémio Europeu da Liberdade, pelo seu livro Passageiro Frequente (Língua Morta, 2013), traduzido em polaco por Michal Lipszyc. Antes tinha sido distinguido com o prémio Europa David Mourão-Ferreira, da Universidade de Bari/Aldo Moro, pelo conjunto da sua obra. Traduziu vários autores, entre os quais John Milton, Shakespeare, Waugh, Pirandello, Huysmans, Berryman, Dickens, Lowry, Henry James e William Wordsworth. Como dramaturgo, publicou Nenhures (Cotovia, 2008) e escreveu Estocolmo, Reféns e o libreto Still Frank , todos encenados pela companhia Teatro Bruto.