No sábado, 24 de Junho, a zona do Carmo/Trindade volta a acolher a Noite da Literatura Europeia, o serão literário de entrada livre mais intenso de Lisboa e que transforma a capital numa verdadeira babel europeia!
A Noite da Literatura Europeia apresenta em 2017 a sua 5.ª edição com a participação de 11 autores de 11 países europeus. Entre as 18h30 e as 23h30 decorrem leituras com uma duração de 10 a 15 minutos, que se realizam de meia em meia hora, para dar ao público a possibilidade de visitar os diversos espaços e assistir a todas as sessões.
Entre o romance e a não-ficção, passando pelo teatro e até pela literatura infantil, o programa deste ano percorre o sonho e a fantasia, o jornalismo, o amor e o futebol, a culinária, o campo e a cidade, a aventura e a matemática, as relações familiares e tantos outros temas que não cabem nestas linhas.
Amanhã há mais, de Tilman Rammstedt (Alemanha), é apresentado com grande originalidade por um narrador que ainda não nasceu. A história que conta é a dos pais, muito antes de se conhecerem. A autora Kathrin Röggla (Áustria), cuja obra literária cruza uma grande variedade de técnicas e níveis da linguagem, baseou-se nos relatos jornalísticos sobre o 11 de setembro de 2001 para escrever a peça fake reports, mostrando precisamente o que acontece quando a linguagem falha e a realidade e a ficção se confundem.
Cristina Peri Rossi (Espanha) é uma das mais importantes escritoras em língua espanhola. Com O amor é uma droga dura conduz o leitor numa experiência do texto, da sedução e dos dilemas causados pelo desejo e pela paixão. Arto Paasilinna (Finlândia) conta com mais de duas dezenas de livros, traduzidos em diversas línguas. A lebre de Vatanen é um romance de culto nos países nórdicos que relata uma viagem e um reencontro com a natureza.
À espera de Bojangles, primeiro romance de Olivier Bourdeaut (França), parece aliar o otimismo das comédias de Frank Capra à fantasia da Espuma dos dias, de Boris Vian, enquanto As ligações culinárias de Andreas Staikos (Grécia), considerado um dos mais importantes dramaturgos do seu país, une dois vizinhos apaixonados pela culinária e pela mesma mulher. Café amargo, da multipremiada autora Simonetta Agnello Hornby (Itália), cruza a história de uma mulher com a história da Sicília, dos Fasci à instauração do regime, das leis raciais à Segunda Guerra Mundial.
Dose dupla da autora, ilustradora e designer de comunicação, Catarina Sobral (Portugal) com Achimpa e O meu avô, ambos recomendados no Plano Nacional de Leitura para o 3.º e 2.º anos de escolaridade respetivamente. Este ano a Noite da Literatura Europeia faz ainda um desvio até ao outro lado do Atlântico com o livro Futebol: O Brasil em campo de Alex Bellos (Reino Unido), colunista do The Guardian, que publicou também outra das obras apresentadas, Alex no país dos números: Viagem pelo maravilhoso mundo da matemática.
Jiří Hájíček (República Checa) é um dos mais bem-sucedidos escritores checos da atualidade. O romance Pau de chuva, que completa a livre “trilogia rural do desassossego moral”, ganhou o tradicional concurso Livro do Ano, do jornal Lidové noviny, realizado desde 1928. Por último, de Matéi Visniec (Roménia), o autor dramático romeno mais representado no seu país e que foi distinguido com diversos prémios a nível europeu, Teatro decomposto ou O homem-lixo, uma série de módulos para composição teatral sem ordem definida.
Os excertos destas obras serão lidos por atores portugueses em espaços como o Quartel do Carmo da GNR, o Círculo Eça de Queirós, o Claustro do Museu de S. Roque, a Sala de Extrações da Lotaria e o Teatro da Trindade, entre outros.
As leituras de Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa e Roménia contarão com a presença dos autores.
A Noite da Literatura Europeia é uma iniciativa da EUNIC Portugal, que conta com o apoio da Representação da Comissão Europeia em Portugal, e se realiza no âmbito das Festas de Lisboa, em parceria com a EGEAC.