sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Mercedes-AMG aplica a tecnologia da Formula 1 aos modelos de estrada


O Mercedes-AMG Project ONE irá celebrar a sua estreia mundial no International Motor Show (IAA) em Frankfurt/Main: pela primeira vez, o superdesportivo de dois lugares traz consigo a mais moderna e eficiente tecnologia híbrida utilizada na Formula 1, da pista para a estrada praticamente sem modificações, para representar o destaque da comemoração do quinquagésimo aniversário da AMG. Este híbrido desportivo produz mais de 1.000 CV e atinge uma velocidade máxima superior a 350 km/h. O concept car combina um desempenho excecional em pista, a atual tecnologia híbrida da Formula 1 com uma eficiência exemplar, representando uma estreia mundial.  
A responsabilidade geral pela realização do Project ONE pertence à Mercedes-AMG. O complexo trabalho de desenvolvimento foi realizado em estreita cooperação com os especialistas da Formula 1 da divisão Mercedes-AMG High Performance Powertrains em Brixworth e com a equipa Mercedes-AMG Petronas Motorsport em Brackley. Em conjunto com o AMG GT Concept de quatro portas, o Mercedes-AMG Project ONE deixa antever a estratégia para as futuras cadeias cinemáticas híbridas da marca de veículos desportivos da Mercedes-Benz. 



A cadeia cinemática híbrida plug-in de elevada performance do Mercedes-AMG Project ONE é adotada diretamente da Formula 1 e foi concebida numa cooperação conjunta com os especialistas do desporto automóvel da Mercedes-AMG High Performance Powertrains em Brixworth. Consiste numa unidade integrada e ligada em rede, constituída por um motor híbrido de combustão sobrealimentado e um total de quatro motores elétricos. Um dos motores elétricos foi integrado no turbocompressor, outro foi instalado diretamente no motor de combustão com uma ligação ao bloco do motor, enquanto os restantes dois motores elétricos estão instalados nas rodas dianteiras. 
O motor híbrido a gasolina V6 de 1.6 litros com injeção direta e turbocompressor simples eletricamente assistido, foi adotado do monolugar Mercedes-AMG Petronas Formula 1. As quatro árvores de cames à cabeça são acionadas por carretos. Para atingir elevadas rotações, as molas das válvulas de acionamento mecânico foram substituídas por atuadores pneumáticos. O motor está instalado centralmente (à frente do eixo traseiro) e pode atingir facilmente as 11,000 rpm, representando atualmente um valor nunca alcançado num veículo de estrada. Contudo, para uma maior duração e para a utilização de gasolina Super Plus, disponível em qualquer posto de abastecimento, ao invés de gasolina de competição, a rotação máxima será mantida a um valor significativamente inferior ao limite de rotação do motor do monolugar de F1. 
Os motores elétricos no eixo dianteiro também atingem uma elevada rotação, mais precisamente 50,000 rpm – atualmente, a tecnologia utilizada em motores elétricos de veículos de estrada permite atingir uma rotação de 20,000 rpm.
O motor altamente rotativo é ainda reforçado por um turbocompressor avançado. A turbina dos gases de escape e o rotor compressor estão separados um do outro e localizados numa posição ótima, designadamente no lado dos gases de escape e no lado da admissão do motor V6, estando ligados entre si através de um veio. Este veio está ligado a um motor elétrico com aproximadamente 90 kW de potência, que em função do estado de funcionamento, aciona o compressor até uma rotação de 100,000 rpm – por exemplo, durante o início da marcha do veículo ou após uma variação da carga no motor de combustão. Na Formula 1 esta unidade é designada de MGU-H (Motor Generator Unit Heat).



Esta solução tem como vantagem a total eliminação do atraso na resposta do turbocompressor às solicitações no pedal do acelerador, que se deve à elevada inércia do turbocompressor de grandes dimensões. O tempo de resposta é significativamente reduzido, sendo até inferior ao de um motor V8 atmosférico. O turbocompressor elétrico representa outra vantagem: utiliza o excedente energético do sistema de escape para gerar eletricidade, que é armazenada na bateria de iões de lítio de alta tensão como parte do sistema de recuperação de energia ou fornece a energia recuperada aos restantes motores elétricos. Este motor produz 120 kW de potência, foi instalado diretamente no motor e está ligado à cambota através de um carreto (MGU-K = Motor Generator Unit Kinetic) – outra tecnologia que assegura o máximo desempenho e eficiência na Formula 1.