A Dom Quixote edita hoje, “Diário da República, Gerigonças, Pandemias, Invasões 2015-2022”, o novo livro de crónicas de João Pereira Coutinho. Uma viagem ao nosso passado recente – do terrorismo à “geringonça”, da pandemia à invasão da Ucrânia – servida através da sua (re)conhecida escrita “sulfurosa, ácida e insolente”.
O comentário político é sempre uma forma de ‘sociologia selvagem’. Ou, abreviando, de sociologia tout court. Vamos indo e vamos vendo, colhendo sinais aqui e ali, até surgir uma ‘opinião’ que, como diriam os Gregos, está sempre situada entre a sabedoria e a ignorância. Pelo meio, logicamente, introduzem-se os nossos amores e ódios, sem esquecer uma pitada de delírio. É esta a receita que João Pereira Coutinho aplicou entre 2015 e 2022 para entender o país e o mundo nas várias crónicas e comentários que foi fazendo nos jornais e nas televisões.
“Portugal é um vício. A política portuguesa é um vício ainda Maior. O amor pela pátria explica muita coisa. O amor pelo humor da pátria explica muito mais. Ou, pelo menos, explica-me muito mais. O diário que aqui se publica foi vertido em crónicas e opiniões no Correio da Manhã e na Sábado. Preservei a ordem pela qual foram escritas, embora os exegetas possam consultar no final as publicações (e as edições) que receberam os meus solilóquios. Começa em 2015. Termina nos primeiros meses de 2022. Porquê nos primeiros meses? Porque a invasão russa da Ucrânia marca o fim de algo e o início de outra coisa. Demasiado vago? Admito. Mas, como dizia o filósofo, é preciso esperar que a coruja de Minerva levante voo ao crepúsculo, mesmo que a função do colunista, como se verá, seja lançar-se aos céus logo ao amanhecer. Não me dei mal com a tarefa , mas convém não abusar. A gravidade existe – e, nos próximos anos, suspeito que aumentará.” explica o autor.
Sobre o Autor
João Pereira Coutinho é colunista da Sábado, do Correio da Manhã e do diário brasileiro Folha de S. Paulo. Escreveu nos semanários Expresso (2004 – 2008) e O Independente (1998 – 2003). Formou-se em História, na variante de História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Doutorou-se em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, onde também é professor. Pelas Publicações Dom Quixote, é autor de “Conservadorismo” (ensaio, 2014) e “Vamos ao que Interessa” (crónicas, 2015).