O Presépio de Natal
Natal, é a festividade cristã que enaltece o nascimento de Jesus. As origens do Natal, é algo controverso, e discutível por muitos entendidos e estudiosos da matéria, no entanto, e segundo a tradição da religião católica, é comemorado anualmente em 25 de dezembro pela Igreja Católica Apostólica Romana. Já nos países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário Juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro pela Igreja Ortodoxa. O Natal é, de resto, encarado mundialmente por pessoas de diferentes credos, como o dia consagrado à família, à paz, à fraternidade e à solidariedade entre os homens. Um dos grandes símbolos religiosos, que retrata esse evento do Natal e o nascimento de Jesus é o presépio. De acordo com Rafael Bluteau e Cândido de Figueiredo, a palavra "presépio" provem do latim praesepium, que genericamente significa curral, estábulo, lugar onde se recolhe gado e que, numa outra óptica designa qualquer representação do nascimento de Cristo, de acordo com os Evangelhos. O presépio de Natal é uma tradição que remonta ao século XIII e que ainda hoje se cumpre na maior parte dos lares cristãos. Quanto a origem dos presépios, alguns pesquisadores reportam-se aos primeiros séculos da era cristã, considerando como elementos precursores do presépio de Natal, as representações da natividade em frescos das catacumbas de Santa Priscila, em Roma, bem como na ornamentação dos sarcófagos nelas recolhidos. Dessas antigas representações da arte cristã primitiva preservou-se uma cena esculpida sobre um sarcófago datado do século IV d.C.. Esta comemoração começou em Roma, enquanto no cristianismo oriental o nascimento de Jesus já era celebrado em conexão com a Epifania (revelação ou a primeira aparição de Jesus aos Reis Magos), em 6 de janeiro. Ainda que os presépios já fossem uma tradição pelo menos do século II a. C., a verdade é que para os pagãos os deuses solares também nasceram em grutas: Zeus, Dionysius e Agni.
O presépio de Natal, todavia, é uma referência cristã que remete ao nascimento de Jesus em Belém, na companhia de São José e da Virgem Maria. Segundo a Bíblia no evangelho segundo São Lucas 2:1-7, por motivo de recenseamento de toda a Galileia, José e Maria foram para as imediações da Judeia, na cidade de David, chamada de Belém. Maria estava grávida e prestes a dar à luz, e de acordo com essa mesma fonte, após o nascimento da criança, ele foi envolto em panos e deitado numa manjedoura destinada à alimentação de animais, pois não havia lugar para eles nas estalagens da cidade, e terá sido reconhecido, após o nascimento, por pastores da região, avisados por um anjo, de acordo com o evangelho segundo São Lucas 2:10-16, e, uns dois anos mais tarde, não na manjedoura, mas na casa de Jesus, por Reis Magos vindos do Oriente, guiados por uma estrela, os quais ofereceram ouro, incenso e mirra à criança, de acordo com o evangelho segundo São Mateus 2:1-12. Segundo ainda a Bíblia no evangelho segundo São Mateus 2:13-18, estes acontecimentos ocorreram no tempo do rei Herodes, que teria mandado matar todas as crianças de 2 anos para baixo, por medo de perder o seu trono para o futuro rei dos judeus.
No local onde se julga ter sido a caverna ou curral, designado por presépio de Natal, onde nasceu Jesus, foi manada erguer a Basílica da Natividade ou Igreja da Natividade, como também é conhecida, no ano de 326 d. C., ordenado por santa Helena, mãe do imperador romano Constantino. Não se tem muita certeza de que a igreja é o local onde Jesus nasceu, mas sabe-se que a igreja foi disputada ao longo dos anos. Atualmente ela pertence a Igreja Ortodoxa Oriental, a Igreja Armênia e à ordem dos monges franciscanos. Atendendo a que os muçulmanos considerarem Jesus como sendo o segundo maior profeta islâmico, o local é considerado sagrado tanto para o cristianismo como para o islamismo. A estrela de prata no seu interior marca o local tido como o ponto exato do nascimento de Jesus.
O primeiro presépio de Natal tradicional, que consta na história foi elaborado na Igreja de Santa Maria em Roma, sendo posteriormente este costume alargado a outras igrejas. Foi em 1223 pela mão de São Francisco de Assis (1181- 1226) que o presépio ganhou a representação que a Bíblia descreve da natividade, ocorrida numa gruta, com uma manjedoura, animais e figuras esculpidas em barro, uma representação que se tornaria popular em todo o mundo cristão. São Francisco começou a divulgar a ideia de criar figuras em barro que representassem o ambiente do nascimento de Jesus. O primeiro presépio foi construído por em 1224, tendo sido celebrada uma missa que foi descrita como tendo um ambiente verdadeiramente divino. Variam em tamanho, alguns em miniatura, outros em tamanho real. Nesse ano, em vez de festejar a noite de Natal na Igreja, como era seu hábito, o Santo fê-lo na floresta de Greccio, para onde mandou transportar uma manjedoura, uma vaca e um burro, para melhor explicar o Natal às pessoas comuns, camponeses que não conseguiam entender a história do nascimento de Jesus. O costume espalhou-se por entre as principais catedrais, igrejas e mosteiros da Europa durante a Idade Média, começando a ser montado também nas casas de reis e nobres já durante o período do Renascimento. O presépio de Natal foi motivo de dois tipos de representações fundamentais: A representação plástica, que terá surgido associada ao culto da Natividade, iniciado por Santa Helena, mão do imperador romano Constantino, ao passo que a teatral se deve a são Francisco de Assis. No ano de 1567, a duquesa de Amalfi mandou montar um presépio de Natal que tinha 116 figuras para representar o nascimento de Jesus, a adoração dos reis Magos e dos pastores ao Menino Jesus e o cantar dos anjos. No final do século XVII e durante todo o século XVIII, período em que o estilo barroco marcou acentuadamente a Arte Sacra, os presépios de Natal popularizaram-se, enriquecendo-se de novos personagens e atingindo o ponto culminante de sua criação, como modalidade artística independente, a designada arte presepista. No início do século XVIII, o Reino de Nápoles, sob o reinado de Carlos III de Bourbon, rei de Espanha e Nápoles (1716 - 1788), um grande incentivador deste tipo de arte no seu país, destacou-se como um importante centro produtor de presépios de Natal, nascia assim o presépio napolitano. Encorajado pelo dominicano, padre Gregorio Maria Rocco (1700 - 1782), conselheiro do Reino, Carlos III transformou a arte do presépio numa prática do próprio monarca e da aristocracia. Na cidade de Nápoles desenvolveu-se um refinado artesanato de miniaturas, onde ceramistas, marceneiros, pedreiros e entalhadores, ao lado de alfaiates, sapateiros, joalheiros e fabricantes de instrumentos musicais, passaram a dedicar-se à produção em miniatura de réplicas perfeitas de tudo quanto era de uso na vida cotidiana daquela época, chegando tais artífices, a alcançar resultados de admirável qualidade e notável beleza. Essa foi a época da humanização do presépio de Natal, que se ampliou, envolvendo expressões do folclore local, com os personagens (figurantes) dos presépios, passando a ser cópias fiéis dos tipos humanos regionais, vivendo situações do cotidiano, em ambientações bastante realistas. Da Itália, os presépios espalharam-se, com o passar do tempo, por toda a Europa e, a partir daí, para todo o mundo cristão, acompanhando, primeiro os franciscanos e depois, os jesuítas, ao longo do caminho geral do movimento de evangelização. A influência italiana na arte dos presépios de Natal, fez-se sentir, principalmente, na Áustria, Alemanha, Polónia, Espanha e em Portugal. Mas seria já no século XVIII que o costume de montar o presépio de Natal nas casas comuns se disseminou pela Europa e depois pelo mundo. Em Portugal, segundo registos, terá sido encomendado um presépio de Natal em 1558 ao escultor Bastião d'Artiaga pela irmandade dos livreiros de Lisboa, na igreja de Santa Catarina do Monte Sinai. Mas o auge dos grandes presépios de Natal em Portugal surgem no auge do estilo barroco, entre os séculos XVII e XVIII. Mas foi efetivamente nos séculos XVII e XVIII que, simultaneamente ao desenvolvimento desta arte presepista europeia, o presépio de Natal se implantou no Brasil. Segundo a tradição, o presépio de Natal teria sido introduzido no Brasil, no século XVII em Olinda, por iniciativa de frei Gaspar de Santo Agostinho. Em Espanha, a tradição chegou pela mão do rei Carlos III, que a importou de Nápoles no século XVIII. A sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos estendeu-se ao longo do século XIX e na França, não se fez até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos Evangelhos. Tornou-se costume em várias culturas montar um presépio quando é chegada a época de Natal.
O presépio de Natal barroco em Portugal, desenvolveu-se no reinado de D. João V de Portugal (1689 - 1750), recebendo talvez influência dos seus presépios congéneres de Nápoles do mesmo período. Os mais famosos presépios de Natal barrocos portugueses, foram atribuídos ao escultor Joaquim Machado de Castro (1731 - 1822). No entanto e desfazendo a mítica atribuição da origem dos presépios barrocos a Joaquim Machado de Castro, outros escultores portugueses do mesmo período se instalam com as suas oficinas na cidade de Lisboa, aos quais se devem monumentais encomendas de presépios de Natal para casas religiosas, a família real portuguesa e a aristocracia de então. Destaque para os presépios do convento de Nossa Senhora das Necessidades, convento das Salésias, o do Paço Patriarcal de São Vicente ou ainda o presépio Kamenesky, originalmente executado para uma das infantas reais e destinado à Real Barraca da Ajuda após o Grande Terramoto de 1755.
O presépio de Natal da Basílica da Estrela, encomendado pela rainha D. Maria I (1734 - 1816), é dos mais bonitos do nosso pais, constituído por mais de 400 figuras e também, da autoria de Joaquim Machado de Castro. Mas no que respeita aos presépios barrocos portugueses destaca-se o famoso presépio dito dos marqueses de Belas, terminado já no século XIX.
Em Portugal os presépios de Natal sempre tiveram enorme aceitação por parte da população, sendo que a árvore de Natal, até meados dos anos cinquenta do século XX era totalmente desprezada e mesmo algo mal vista nas cidades, sendo totalmente ignorada nos campos. De relembrar que a tradição da árvore de Natal foi introduzida em Portugal pelo rei consorte D. Fernando II (1816 - 1885). Noutras zonas, como em Elvas, era hábito decorar-se o presépio com elementos naturais, buxo, cizirão e trigo grelado (searinhas). Um mês antes do dia de Natal, lançavam-se em pratos ou pires, pequenas porções de trigo, humedecido para germinar mais depressa (searinhas) e era com estes elementos naturais que se construíam os presépios. No Algarve esta tradição dos presépios de Natal das "searinhas", também se adoptou mas juntando laranjas às decorações e apenas uma imagem do Menino Jesus. Podemos no entanto encontrar esta tradição de presépio de Natal na ilha da Madeira assim nos Açores, sendo nestas ilhas designado de presépio de "lapinha". Este é um hábito um tanto perdido nos dias de hoje.
O chamado presépio tradicional português é, ao contrário do que encontramos nos outros países, formado por figuras tão diversas que não correspondem com exactidão à época que deveriam representar. À excepção das figuras que representam a Sagrada Família, composta por São José, a Virgem Maria e o Menino Jesus, a vaca, a ovelha e o burro, dos pastores e dos três Reis Magos, todas as restantes figuras que compõem o presépio tradicional português foram adicionadas com vista a dar uma representação "mais portuguesa" à história da Natividade. Assim, podemos encontrar figuras como: uma lavadeira, um moleiro e o seu moinho, alguns bailarinos de um rancho folclórico, uma mulher com um cântaro na cabeça, uma banda de música, entre muitos outros personagens divertidos e tipicamente portugueses. A origem destas peças em cerâmica é dos arredores da cidade de Barcelos na região norte de Portugal, onde ainda hoje, são todas produzidas com origem artesanal. Por sua vez, na região do Alentejo, o presépio de Natal mais característico é o de Estremoz. As cenas da Natividade de setecentos modeladas ao modo de Estremoz, resultam do trabalho das barristas de adaptação ao gosto e tradições locais, dos grandes presépios de Natal realizados em barro por artistas como Joaquim Machado de Castro e outros do seu tempo.
No início do século XX estavam praticamente em desuso e a produção era rara deste tipo de presépios de Natal típico de Estremoz. D. Sebastião Pessanha (1892-1966), encomenda ainda um presépio em 1916, para si e para o Museu Etnológico de Belém, com 60 peças. Disse-lhe Gertrudes Rosa Marques (uma das últimas bonecreiras que ainda trabalhava em Estremoz) que já não saía um da sua oficina há muitos anos, facto que atesta o desuso da representação da Natividade nos antigos moldes. Entretanto, durante o Regime do Estado Novo (período de 1933 a 1974), a estas figuras de Estremoz, é dado um novo alento, conhecendo os presépios locais uma fantástica inovação, que substituiu mesmo a antiga tradição. Nos anos 30, o Director da Escola de Artes e Ofícios local, o gaiense José Maria Sá Lemos (1892-1971), com a preciosa assistência do mestre oleiro Mariano da Conceição (1902-1959), junta os famosos Tronos de cascata de Santo António, com as principais figurinhas que compõem um presépio de Natal. A cena passa então a ser composta por nove peças, mais o trono (ou altar como alguns lhe chamam), onde estão os três reis Magos no degrau maior, estando ao meio a Sagrada Família com o Menino Jesus dentro da manjedoura, e no terceiro e último degrau estão três Pastores ofertantes. Hoje é este o presépio de Natal que se considera tradicional em Estremoz.
À criação e venda de presépios bonecos de Estremoz dedicam-se na actualidade, barristas como Maria Luísa da Conceição, Irmãos Ginga, Irmãs Flores, Fátima Estróia, Isabel Pires, Célia Freitas, Ricardo Fonseca e Duarte Catela, cada um com o seu toque próprio. Atualmente em qualquer casa comercial da especialidade podemos comprar um presépio com as figuras principais e que não ocupam muito espaço, existem em diversos materiais, formas e estilo. Mas a magia dos presépios de Natal ainda continua em muitas aldeias de Portugal e em várias casas onde a construção deste espaço mágico continua a ser uma tradição tão importante como a árvore de Natal e os doces natalícios. O presépio de Natal era uma das tradições mais importantes nas casas portuguesas e ainda continua a ser a par com a árvore de Natal. A imagem do menino apenas era colocado entre as palhinhas do estábulo após a missa do galo, cerimónia que marcava o nascimento do menino Jesus. Ao longo de muitos anos vários são os colecionadores por todo o mundo, particulares e não só, uns maiores que outros, de presépios de Natal em todos os estilos e materiais. Estando algumas dessas grandes colecções de elevado valor e interesse patentes em museus. As adaptações e fantasias que se acrescentam aos presépios de Natal ao longo dos tempos são diversas como o musgo entre outras. Uma fantasia que se tornou característica em alguns casos, que podemos observar em locais públicos e privados, foi a de acrescentar o comboio do Pai Natal ao presépio, isto devido à figura do Pai Natal e do fascínio do comboio por crianças e adultos. Grandes construções de presépios têm sido feitas como monumentos, caso do presépio, em aço e bronze, da autoria do escultor José Aurélio Foi inaugurado a 25 de dezembro de 1999 no Santuário de Fátima, junto ao edifício da Reitoria. Na maioria das cidades portuguesas o presépio é montado pelas autarquias e em algumas tenta-se ter o maior presépio, como é o caso por exemplo de Vila Nova de Famalicão. Mas foi Alenquer que ganhou o epíteto de Vila Presépio depois de, em 1968, ter iniciado a tradição de montar um gigantesco presépio de Natal elaborado pelo pintor Álvaro Duarte de Almeida (1909 - 1972), numa das colinas desta vila. No entanto, este epítome era já desta vila portuguesa desde o século XIII, altura em que se fixou aí o primeiro convento franciscano da Península Ibérica. Frei Zacarias, enviado por São Francisco de Assis encontra em Alenquer um cenário a que chama de autêntica Belém, terra onde nasceu Jesus. A presença franciscana liga esta terra portuguesa à origem do presépio de Natal, em Greccio (Itália) onde o santo de Assis fez o primeiro presépio vivo da história. Recentemente com a chamada reciclagem de materiais constroem-se presépios de Natal que são autenticas obras de arte e entram em concursos, alguns de grandes dimensões, exemplo de um desses presépios de Natal é novamente o de Foz do Arelho deste ano de 2016.
As figuras que compõem o tradicional presépio de Natal, tirando algumas excepções, são e representam, segundo as lendas e as tradições:
Menino Jesus - O filho de Deus feito homem que foi o escolhido para ser o salvador do povo e do mundo.
Virgem Maria - A mãe do filho de Deus, do seu ventre nasceu Jesus Cristo.
São José - O pai adotivo do Menino Jesus, foi um homem judeu, conhecido como carpinteiro de profissão.
Gruta ou o Cabana curral - É o local simbolizado pelo presépio. O curral era onde se guardava o gado. Por isso, no presépio do Natal, o Menino Jesus fica sobre uma cama de palhas, numa manjedoura, lugar de aconchego onde Jesus ficou quando nasceu. É como se fosse o berço de Jesus.
O burro, uma vaca, o galo e as ovelhas - Os animais representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu. "Jesus não nasceu em palácios, nem em lugares luxuosos, mas sim no meio dos animais". O boi representa ainda a bondade e a força pacífica e ainda o povo hebreu e o sacrifício. O burro simboliza a humildade e os pagãos. O galo que anuncia a chegada de Jesus numa boa nova, as ovelhas simbolizam para além de serem os animais que os pastores transportam, querem demonstrar que Jesus veio ao mundo sacrificar-se por todos nós.
Anjos - Os anjos anunciam aos pastores a chegada do filho de Deus feito homem. Eles sabem que nasceu o salvador.
Pastores - Os pastores são homens do campo, que simbolizam a simplicidade do povo, já que Deus acolhe a todos sem se importar com sua condição social. Representam ainda o povo hebreu.
Estrela de Belém ou estrela de Natal - Foi a estrela que guiou os três reis Magos quando Jesus Cristo nasceu. A estrela de Belém é colocada por norma no alto da árvore de Natal (quando esta existe).
Três reis Magos - Os três reis Magos, de seus nomes Gaspar, Baltasar e Belchior, representam os povos pagãos. Estes três nomes simbolizam as raças distintas, representando a universalidade da Salvação. Eram eles Belchior (representante da raça europeia) que terá oferecido ouro. Baltasar (representante da raça africana) que terá oferecido mirra. Gaspar (representante da raça asiática) que terá oferecido incenso. Outras fontes citam que talvez fossem astrólogos ou astrónomos ou até sacerdotes conselheiros da religião zoroástica da Pérsia. Eram considerados homens sábios. Eles vieram do Oriente conduzidos pela estrela de Belém. Chegaram à cidade de Belém, local de nascimento do Menino Jesus, trazendo presentes, mirra, ouro e incenso. O ouro (metal precioso) que representava a realeza, a mirra (resina de planta com propriedades anti-sépticas) era símbolo da paixão e sofrimento que Jesus iria ter ao longo da sua vida e o incenso (composto por materiais provenientes de plantas aromáticas e óleos essenciais) é oferecido a Deus, representa a divindade de Jesus.
Em Portugal e cumprido este ritual da montagem do presépio de Natal, a família reunia-se e ainda se reúne para a ceia de Natal, constituída tipicamente por bacalhau com batatas cozidas ou polvo cozido e filhoses, a doçaria cerimonial como rabanadas, sonhos, mexidos, aletria (especialidades do norte) o arroz doce, coscorões e filhoses (especialidades do sul) também o famoso Bolo Rei (de origem francesa e divulgado em Portugal pela Confeitaria Nacional em Lisboa) assim como as broas Castelar, começaram a fazer parte da tradicional doçaria portuguesa na mesa de Natal. Mas é o presépio de Natal que reina na casa até ao dia de Reis.
Texto:
Paulo Nogueira
Publicação feita ao abrigo do acordo de partilha de conteúdos entre o blogue "Histórias com História" e o site "Cultura e Não Só".