quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

História de quarenta servas



Livros do Brasil publica Eu Que não Conheci os Homens, de Jacqueline Harpman. Três décadas após a edição original, Portugal tem finalmente acesso a esta inquietante história pós-apocalíptica que é uma ode à cumplicidade feminina.

De todas as quarenta mulheres, era a mais jovem, a única criança e sem nome, a que não tinha memória de outra realidade e não conhecia senão a insanidade. Era diferente: uma descendente estéril de uma raça da qual nada sabia – os objetos, o toque, o amor e a luxúria, as palavras e os números, a Natureza –, nem sequer se desaparecera ou se ainda persistia, algures. Nunca pensava no passado, vivia num presente perpétuo e mecânico, prestes a esquecer a sua pouca história. Até ao dia em que uma sirene a desperta, a ela e a todo o grupo de mulheres enclausuradas, sem que saibam como, nem porquê, nem por quem.

Eu Que não Conheci os Homens é uma narrativa distópica contada na voz de uma rapariga que se torna mulher, à descoberta de um novo mundo. Nesta obra intrigante, a belga Jacqueline Harpman acorda-nos para a importância da liberdade, claro, mas também da solidariedade feminina, da humanidade que cabe manter em cada um de nós perante circunstâncias excecionais, ainda que assustadoramente inconcebíveis.

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 6 de março.

Sobre a Autora

Jacqueline Harpman nasceu em Etterbeek, na Bélgica, em 1929. De ascendência judaica, fugiu com a família para Casablanca na sequência da invasão nazi, regressando à Europa após o fim da Segunda Guerra Mundial. Harpman estudou Literatura Francesa e iniciou depois o curso de Medicina, que interrompeu quando contraiu tuberculose. Começou a escrever em 1954 e publicou o seu primeiro livro, L’Amour et l’acacia, em 1958. Em 1980 formou-se como psicanalista e em 1995 lançou o seu romance mais famoso, Eu Que não Conheci os Homens. Ao longo da vida, foi autora de mais de quinze romances e foi galardoada com numerosos prémios, entre os quais o Médicis, pela obra Orlanda (1996). Faleceu a 24 de maio de 2012, em Bruxelas.