Pela primeira vez desde o nascimento do festival, o IndieLisboa vai premiar as melhores curtas metragens nas categorias de Animação, Ficção e Documentário, para além da atribuição do Grande Prémio de Curta Metragem. Uma decisão que comprova o espaço que esta secção tem vindo a conquistar na descoberta daqueles que serão os grandes cineastas do futuro. À décima quarta edição, o IndieLisboa reforça assim a sua missão e compromisso com o apoio ao cinema de novas vozes, valorizando o trabalho dos realizadores que têm a coragem de se aventurar em primeiras obras. O júri para a competição internacional de curtas metragens será composto por Filipe Abranches, professor, realizador e ilustrador, Katja Pratschke, cineasta em destaque na secção Silvestre, e Richard Raskin, argumentista, jornalista, crítico de diversas publicações internacionais e editor da revista Short Film Studies.
A selecção oficial de curtas metragens a concurso apresenta um programa com 51 filmes, numa viagem à volta do mundo, que serve de espelho diversificado de visões e temas. Procurar o invisível é o grande motor de arranque desta programação que vê voltar o grande animador Nicolas Ménard à procura de um "Goddard" numa montanha (Wednesday with Goddard), Duncan Campbell - vencedor do Turner Prize de 2014 e antes em competição com o estimulante Bernardette - traz The Welfare of Tomás Ó'Hallissy, a finlandesa Salla Sorri (Silencio) procura entender uma jovem que só necessita de mais atenção, Lucas Doméjean, depois do divertido Retarded 2, faz uma espécie de sequela, ainda mais divertida, em que os supermercados Lidl continuam a representar o lugar onde se quer estar com os amigos (Nirvana) ou Camilo Restrepo que, depois de na edição passada ter sido contemplado com uma menção especial por La Imprésion de una Guerra, acompanha uma jovem que procura obsessivamente o pai (Cilaos).
Da Polónia chegam-nos quatro animações e um documentário numa prova da vitalidade do cinema polaco nas suas diversas expressões. De Sundance surge o filme que venceu o Grande Prémio Internacional, And So We Put Goldfish in the Pool, do japonês Makoto Nagahisa, que tem sido a grande sensação dos festivais a oriente e Hot Winter: a Film by Dick Pierre de Jack Henry Robbins, cujo cunho político e sexual do filme afronta esta América de Trump. Entre os portugueses, destaca-se o regresso de Joana Pimenta (premiada no IndieLisboa 2014 com o seu primeiro trabalho) com Um Campo de Aviação e de Ico Costa com Nyo Vweta Nafta, realizador que tem feito um circuito assinalável de festivais desde a sua estreia e recém galardoado com o Prémio de Melhor Realizador no Festival de Cinema du Réel. Em estreia mundial e também numa viagem de regresso ao IndieLisboa, estão Jorge Jácome (Flores), Hugo Pedro (Turno da Noite) e André Ruivo (Circo).