segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

O Bairro das Cruzes, de Susana Amaro Velho



O bairro é ficcionado e as personagens não existem, mas a história é tão real quanto os laços familiares que, tantas vezes, pesam, magoam e marcam, mas não se cortam.  
Depois de As últimas linhas destas mãos, a sua obra de estreia, Susana Amaro Velho volta a presentear os leitores com uma sombria saga familiar. O Bairro das Cruzes é o título do seu novo livro e está disponível a partir de hoje com o selo da Coolbooks.

Numa narrativa que começa em 1957 e se prolonga por 60 anos, Susana Amaro Velho relata a história de Luísa e Rosa, duas primas cujas vidas se misturam com a lenda do local onde nasceram, o Bairro das Cruzes: "Porque em todas as famílias, para que depois vivam contentes, morrem precocemente três parentes."

Luísa é, desde criança, uma mulher simpática, bondosa, dedicada à família e ao trabalho, mas com um presente e um futuro limitados pela falta de recursos e oportunidades. Por oposição, Rosa tem uma personalidade desalmada, impiedosa e às vezes até cruel. Amigas desde infância, a relação entre as duas é recorrentemente marcada por acontecimentos trágicos, que envolvem os seus amigos e familiares e que resultam em constantes aproximações e afastamentos.

Sobre o Livro
O Bairro das Cruzes
«Esta não é uma história de amor. Não uma história de amor convencional, por assim dizer. Não tem um casal que se apaixona e tem filhos. Que troca juras de amor até que se unam na sepultura partilhada, com dizeres e fotografias a sépia. Esta não é, de todo, uma história desse tipo de amor, mas realça o elo indelével entre uma criança, a sua origem e os seus laços familiares.»

O Bairro das Cruzes conta a história da Luísa. E da Rosa. Conta a história das cruzes que carregamos desde a infância e que condicionam escolhas futuras. Caminhos que se seguem e outros que se evitam. O Bairro das Cruzes atravessa o tempo. O espaço. Mistura comunistas e PIDE e sobrevive às cheias de Lisboa. Carrega um fardo pesado e agarra à terra quem lá nasceu. Quem de lá quis sair, mas regressou. Porque o sangue pode pesar tanto quanto a pedra. E pode ser mais pesado que uma cruz.