Em meados do século xx, o filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou celebremente que os jogos são indefiníveis, que não há quaisquer aspectos comuns a todos os jogos, ligando-os entre si. «Disparate», afirmou algumas décadas depois o perspicaz Bernard Suits, «jogar um jogo é uma tentativa voluntária de superar obstáculos desnecessários.»
O livro que Suits escreveu, demonstrando que se pode ser tão jocoso quanto sagaz, é estimulante e divertido. Pela voz espirituosa da cigarra de Esopo, uma «ociosa mas pensativa praticante da entomologia aplicada», Suits argumenta que os jogos podem ser explícita e significativamente definidos. Sugere também que jogar é uma componente fundamental do ideal de existência humana.
A Cigarra Filosófica é um livro sobre a natureza dos jogos e sobre o próprio sentido da vida, mas que permite estabelecer um óbvio paralelismo com o conceito de arte que muitos consideram — como o conceito de jogo — indefinível.
A Cigarra Filosófica não requer da parte do leitor quaisquer conhecimentos técnicos. Apesar de ter sido discretamente publicado há alguns anos, têm surgido nos últimos tempos reedições que testemunham o início de uma verdadeira e surpreendente descoberta.
Sobre o Autor
Bernard Suits (1925-2007) desenvolveu intensa actividade académica, tendo sido distinguido nesse campo. Professor Emérito de Filosofia na Universidade de Waterloo, no Canadá, onde ensinou Filosofia Moral, é autor de vários artigos científicos, além deste livro.