No presente volume reúnem-se dez sermões e um comento ou
homilia, concebidos e/ou proferidos, ao longo de um arco
temporal que vai de 1644 a 1673, em locais distintos e para
públicos diversos. Os dez sermões podem ser agrupados em três
blocos temáticos, merecendo tratamento diferenciado o
celebérrimo Sermão da Sexagésima, por poder ser considerado
uma espécie de intróito à arte de pregar do padre jesuíta.
O mais célebre sermão de Vieira, o Sermão da Sexagésima,
proferido em 1655 na Capela Real, em Lisboa – precisamente
sobre a arte de pregar.
Três sermões da quarta-feira de Cinzas.
Três sermões da primeira sexta-feira da Quaresma.
Homília sobre o evangelho da segunda-feira da primeira
semana da Quaresma.
«Vieira elevou aquilo a que chamou as suas “choupanas” a palácios
altíssimos da literatura e da arte de bem discursar e escrever em língua
portuguesa. Neste volume podemos encontrar alguns dos mais
excelentes textos de Vieira, começando por um dos mais famosos no
qual teceu as bases de uma nova arte de pregar e persuadir pela palavra
legitimada pela força do exemplo. A este juntam-se os seus primeiros
sermões da Quaresma, abundantes em pensamento sobre a condição
humana e os seus limites, em diagnósticos incisivos sobre a vida
individual, política e social, bem como acerca da urgência da mudança
pedida pelo desafio da coerência.»
José Eduardo Franco
Direção de obra de José Eduardo Franco,
historiador, doutorado pela EHESS de Paris,
coordenou com sucesso vários projetos de
investigação, entre os quais o Arquivo Secreto do
Vaticano. Publicou estudos sobre Vieira, os
jesuítas e o marquês de Pombal. E de Pedro
Calafate, historiador e professor catedrático da
Universidade de Lisboa, especialista no barroco
e no racionalismo iluminista do século XVIII.
Foi distinguido com o Prémio Aboim Sande
Lemos da UCP pela obra A Ideia de Natureza no
Século XVIII em Portugal.