Num cartaz que conta com nomes como Cigarettes After Sex, Destroyer, Oddisee, Manel Cruz, entre tantos outros, há sempre espaço para surpreender. A cantora iraniana-holandesa Sevdaliza, a jovem britânica Mahalia e o fadista português Paulo Bragança também têm presença marcada no Vodafone Mexefest.
Com ecos de diferentes músicas e pronúncias, a voz de Sevdaliza só poderia ser deste tempo. Nasceu no Irão, mas a Holanda acabou por ser o destino dos pais, refugiados políticos, quando Sevdaliza tinha apenas 5 anos. É verdade que chegou a ser basquetebolista de alta competição, mas a música falou mais alto. Do desporto talvez tenha ficado a ética de trabalho. Sevda (é assim que todos a tratam) é obsessiva com a sua arte, controlando todos os processos da música que produz. O resultado é uma eletrónica capaz de emocionar, próxima do trip hop de bandas como os Portishead ou os Massive Attack, mas sem deixar de lado as influências de géneros como o grime ou o dubstep. Depois dos EPs “The Suspended” ou “Children of Silk”, ambos editados em 2015, o primeiro longa duração chegou em abril deste ano. “Ison” confirma Sevda como uma das vozes mais interessantes da atualidade. Ao vivo, não há expectativas frustradas: Sevdaliza continua a diluir as suas sombras na beleza da sua voz. Este é mais um talento para conhecer melhor em novembro, na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
Mahalia Burkmar nasceu em Leicester, no ano de 1998. As primeiras canções chegaram bem cedo - a primeira delas, “My Angel”, foi escrita com apenas oito anos de idade. Quando completou 13 anos, a jovem cantora assinou o seu primeiro contrato, com a editora Asylum Records. Apesar deste percurso, Mahalia não teve pressa para gravar, privilegiando o conhecimento de si própria e do mundo. Colaborou com a banda eletrónica Rudimental e já acompanhou estrelas como Ed Sheeran ou Kendrick Lamar. A simplicidade das suas canções serve a suavidade e delicadeza da sua voz. Com a ajuda de produtores do calibre de Steve Fitzmaurice ou Nineteen85, Mahalia não dá passos em falso neste início de carreira. “Diary of Me” é o primeiro álbum, com uma irresistível atmosfera pop, mas também com vontade de explorar outras linguagens, mais próximas do hip hop (ouça-se, por exemplo, o single “Sober”). O futuro é todo de Mahalia. Primeira etapa: conquistar Lisboa e o público exigente do Vodafone Mexefest.
Paulo Bragança começou a sua carreira em 1986 e gravou o primeiro disco em 1992: “Notas sobre a Alma". David Byrne, líder dos Talking Heads, impulsionou-o para uma carreira internacional que viria a ser invejável. Apelidado pela imprensa internacional de “fadista punk”, Paulo Bragança foi uma das caras mais identificativas de um novo tempo da história do Fado. Depois do sucesso, viveu em absoluta e austera reclusão durante quatro anos. Pensar o pensamento era a rotina exaustiva diária desses tempos. E depois de seis anos sem qualquer contacto com Portugal, encontra-se agora no nosso país com Carlos Maria Trindade, seu editor e amigo de sempre, e já começaram a trabalhar juntos num novo álbum. No Vodafone Mexefest espera-se a alma e a irreverência daquele apelidado por alguns como o “Variações do Fado”...
Os passes únicos para o Festival encontram-se à venda na Blueticket e locais habituais, e agora também na App Vodafone Mexefest, com desconto para clientes Vodafone.