O Super Bock Super Rock está finalmente de regresso a casa em 2023. Nos dias 13, 14 e 15 de julho a paisagem do Meco, cenário para tantos momentos de partilha na história do Festival, volta a contar com a banda sonora da música mais autêntica do momento. Depois das confirmações de The 1975, L’Impératrice e Black Country, New Road, há mais três nomes confirmados, responsáveis por alguma da melhor música dos últimos vintes anos: Franz Ferdinand, um dos maiores fenómenos indie do início do século, o DJ Set de James Murphy, um dos músicos mais influentes dos últimos 20 anos, e Sampa The Great, cantora, rapper e compositora zambiana.
Franz Ferdinand
Os Franz Ferdinand são um dos maiores fenómenos indies do início do século, com uma relevância que perdura até hoje. O nome da banda foi inspirado no arquiduque austro-húngaro cujo assassinato desencadeou a I Guerra Mundial. E nessa escolha de nome estava uma espécie de declaração de intenções: a ideia desde o início era provocar um abalo (neste caso, positivo) no cenário musical, graças à sua energia contagiante e às suas guitarras apontadas às pistas de dança. Desde os primeiros acordes que o grupo liderado por Alex Kapranos começou a dar nas vistas e, em maio de 2003, assinou com a editora Domino, editando logo depois o primeiro single de sucesso: "Darts Of Pleasure". O segundo single, "Take Me Out", explodiu no cenário internacional, antecipando a óptima recepção global do primeiro disco. Esse registo homónimo, editado em 2004, revelou o som dos Franz Ferdinand para todo o mundo, ganhando o estatuto de clássico instantâneo e ficando para a história como um dos grandes discos de rock independente editados neste século. A banda nunca mais parou de se desafiar artisticamente, como provam os discos seguintes: "You Could Have It So Much Better" (2005), "Tonight: Franz Ferdinand" (2009), "Right Thoughts, Right Words, Right Action" (2013) e "Always Ascending" (2018). Ao longo destes registos a banda trabalhou com alguns dos produtores mais inovadores, casos de Dan Carey, Joe Goddard e Alexis Taylor (Hot Chip), Todd Terje e Philippe Zdar. O trabalho com diferentes estilos de produção também permitiu aos Franz Ferdinand mostrarem aos fãs uma face diferente a cada edição. Em 2022 a banda decidiu celebrar uma carreira notável com a edição de "Hits To The Head", uma coleção de hits que lembram a razão pela qual os Franz Ferdinand são tão fortes ao vivo: uma banda que tem canções como a já mencionada "Take Me Out", "No You Girls" ou "Love Illumination" só pode arrasar por onde quer que passe. E passam por Portugal no próximo verão, dia 13 de julho, no Palco Super Bock.
James Murphy
Se houvesse um prémio para distinguir o homem mais cool do mundo da música independente, esse prémio bem que poderia ser entregue a James Murphy. O seu bom gosto ficará para sempre ligado a uma das bandas mais relevantes dos últimos 20 anos, os LCD Soundsystem, e também à editora DFA Records, um selo que aposta na música que nasce do encontro entre a eletrónica e o indie rock. James Murphy nasceu em Princeton Junction, New Jersey, em fevereiro de 1970. Desde cedo absorveu uma vasta gama de influências que concorreram para a formação do seu gosto e da sua personalidade artística. O interesse pela música levou-o também a estudar som, tornando-se mesmo engenheiro de som e colaborando com vários projetos nesse papel. Mas o génio criativo de James Murphy acabaria por conquistar o mundo. E essa popularidade começou com "Losing My Edge", o primeiro single de LCD Soundsystem. A partir daí o mundo da música eletrónica (e não só) nunca mais tirou os olhos dos LCD Soundsystem e do trabalho de James Murphy. Discos como "LCD Soundsystem" (2005), "Sound of Silver" (2007), "This Is Happening" (2010) e "American Dream" (2017) são clássicos deste século e completam uma discografia sem pontos baixos. Em 2022 a banda regressou com uma nova música, "new body rhumba", ao mesmo tempo que James Murphy se desdobra numa série de outros projetos paralelos. A música de James Murphy é também uma música ligada à memória, feita por um melómano para um público melómano e, também por isso, as expectativas só podem mesmo ser as melhores para este DJ Set preparado para a 27ª edição do Super Bock Super Rock. O líder dos LCD SoundSystem e responsável pela DFA Records atua dia 13 de julho, no Palco Super Bock.
Sampa The Great
Sampa The Great é um belo exemplo do que é fazer boa música de intervenção, adaptada ao século XXI, reflexo de um mundo globalizado, refletindo várias lutas, mas também várias pronúncias e sensibilidades. Sampa Tembo nasceu na Zâmbia, foi criada no Botswana e desde cedo se apaixonou pelo hip-hop, graças a hits como "Changes" do rapper 2Pac. Essa primeira paixão ficou e foi ganhando profundidade com o passar dos anos. Mais tarde, já no início da idade adulta, Sampa mudou-se para a Austrália e foi aí que começou a dar nas vistas junto da cena hip-hop de Sydney. "The Great Mixtape" foi o primeiro registo, editado em 2015, e desde logo gerou um burburinho à volta de um talento que só poderia crescer ainda mais. E foi isso que aconteceu, ganhando ouvintes um pouco por todo o mundo e tendo a oportunidade de partilhar o palco com nomes como Kendrick Lamar, Hiatus Kaiyote, Ibeyi ou Little Simz. Depois de ter editado a sua segunda mixtape, "Birds and the BEE9", o ano de 2019 trouxe o seu primeiro disco, "The Return", uma colecção de canções focada em questões identitárias e consciente das suas heranças musicais. Sampa é uma artista que não pára de se desafiar, também empenhada na palavra escrita e nas artes visuais. E em 2022, com o seu novo disco, volta a testar os seus próprios limites. "As Above, So Below" tem colaborações de nomes como Denzel Curry, Kojey Radical, Joey Bada$$ ou Angélique Kidjo. A música das suas origens, a tradição hip-hop, as divagações poéticas, mais energéticas ou delicadas, a canção que se faz arma, os ecos de jazz e de soul: tudo isso faz com que o nome de Sampa seja obrigatório para quem gosta de música autêntica. Sampa The Great atua dia 14 de julho, no Palco 2 do Super Bock Super Rock.