O Super Bock Super Rock arregaçou as mangas.
O espaço dos concertos, a zona reservada ao campismo e o estacionamento foram aperfeiçoados. Tem sido assim todos os anos, desde a fundação, em 1995, mas no próximo verão vão mais longe.
A razão de ser destas mudanças tem um lado sentimental: na última edição, contra a vontade de todos, subitamente, em cima da hora, o festival teve de sair do Meco, e mudar para Lisboa.
É por essa razão que em julho de 2023 a Música no Coração quer que o Meco esteja ainda melhor, ainda mais organizado, mais bem equipado, mais confortável para todos. Sempre em estreito alinhamento e cooperação com as autoridades competentes, com especial relevo para a Câmara Municipal de Sesimbra.
De todas as mudanças, havia uma que era imperativa: mudar a zona de estacionamento e campismo para uma área com menos vegetação, não florestal, e com mais espaço. Os carros e as tendas não precisam de ouvir música, têm é de estar seguros e numa zona prática, de onde seja mais fácil entrar e sair.
O respeito pela maravilhosa paisagem do Meco é outra responsabilidade que a organização assume com orgulho. Cuidar do espaço antes, durante e depois do Festival — proteger é a palavra que os move. No próximo ano haverá mais bocas de incêndio, mais meios no terreno, mais olhos vigilantes e ainda mais segurança.
O Super Bock Super Rock existe há 28 anos — são verões e verões de experiência e conhecimento ao serviço da música. Vamos voltar ao Meco e vamos voltar melhores!
A música, essa, continuará a ser a mais autêntica do momento, apostanto na qualidade das propostas, sem esquecer as tendências mais relevantes e frescas. O regresso dos The 1975 com o novo álbum editado este ano, o charme parisiense da eletrónica de L'Impératrice e Black Country, New Road a estreia em Portugal de uma das bandas mais interessantes do atual cenário da música alternativa, são as primeiras confirmações para o cartaz da 27º edição que vai levar o Super Bock Super Rock de regresso à sua casa.
Há poucos sítios no mundo tão bons para fazer nascer uma banda do que os subúrbios de Manchester. Foi precisamente aí, numa cidade com a melhor tradição rock, que Matthew Healy, Adam Hann, Ross MacDonald e George Daniel se juntaram para tocar punk e arriscar as primeiras canções originais. A banda não demorou até começar a dar nas vistas, graças a singles como "The City" e às suas atuações enérgicas, capazes de cativar multidões, mesmo nos primeiros tempos. O primeiro disco, o homónimo editado em 2013, confirmou as melhores expectativas em torno da banda, com destaque para canções como "Chocolate", "Sex", "Settle Down" e "Girls". Os 1975 regressaram aos discos em 2016 com a edição de "I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware of It", um registo que trouxe um apelo pop mais apurado e uma boa nostalgia da década de 80. O terceiro disco da banda, "A Brief Inquiry Into Online Relationships", chegou em 2018 e mostrava uma banda eclética, capaz de convocar vários elementos pop para a sua própria música. Em 2020 editou "Notes on a Conditional Form", um registo que incluía singles como "People," "If You're Too Shy (Let Me Know)" ou "The Birthday Party'' (com Phoebe Bridgers). Em 2022 deram ao mundo mais uma colecção de canções: "Being Funny in a Foreign Language" tem tudo aquilo que faz dos 1975 uma das bandas mais interessantes dos últimos anos. Estas canções de amor, sempre lúcidas, mas despretensiosas, entre o risco e o conhecido, vão fazer as delícias do público português no próximo Super Bock Super Rock. "Happiness", "About You" e "I’m In Love With You" são algumas das novas músicas que se poderão ouvir no Palco Super Bock, dia 14 de julho.
L'Impératrice é sinónimo de uma eletrónica que vai muito além de fórmulas prontas e prevísiveis. Charles de Boisseguin formou o grupo que passou a ter seis elementos: além de Boisseguin, também Hagni Gwon, David Gaugué, Achille Trocellier, Tom Daveau e Flore Benguigui emprestam o seu talento a este projeto. Tudo começou em Paris, no ano de 2012. No mesmo ano ediataram o primeiro EP, homónimo, ao qual se seguiu "Sonate Pacifique", editado em 2014, e "Odyssée", em 2015. Nestes primeiros registos ficava evidente o gosto por fazer dançar, sem cair em clichés, envolvendo os ouvintes numa atmosfera animada por um baixo virtuoso, sintetizadores sintonizados com a memória e melodias luminosas e contagiantes. O primeiro registo de longa duração, "Matahari", foi editado em 2018 e confirmava todos os predicados que fizeram com que o grupo corresse alguns dos principais festivais um pouco por todo o mundo, dominando as pistas de dança. E é isso que se prevê que continue a acontecer com o último disco, editado em 2021, "Tako Tsubo". Nesta nova coleção de canções da banda o coração é a matéria-prima para os sons, mais especificamente um coração partido que parece mais vivo do que nunca. Da euforia à tristeza, a intensidade nunca se perde e isso poderá ser sentido no próximo Super Bock Super Rock, dia 15 de julho, no Palco 2.
Os Black Country, New Road são uma das bandas mais interessantes do atual cenário da música alternativa. Formada por Lewis Evans, May Kershaw, Charlie Wayne, Luke Mark, Isaac Wood, Tyler Hyde e Georgia Ellery, a banda sempre encheu os palcos por onde passou, também literalmente... E, neste caso, o número de elementos também quer dizer uma diversidade de influências que concorrem para o som dos Black Country, New Road: aqui há ecos de jazz, rock, klezmer, spoken-word, pós-punk e uma série de outros estilos, sem que, em nenhum momento, a proposta da banda deixe de soar natural. Quando começaram a atuar no Windmill, em Brixton, Londres, logo chamaram a atenção pela força avassaladora das suas atuações. E só precisaram de dois singles para que o nome Black Country, New Road chegasse definitivamente aos ouvidos dos melómanos um pouco por todo o mundo. "Sunglasses" e "Athen's, France" geraram uma onda de entusiasmo em todos aqueles que acreditam no futuro do rock. E “For The First Time”, o disco de estreia, confirmou as melhores expectativas em torno da banda. Entretanto, em 2022, chegou mais um disco, o segundo da banda. "Ants From Up There" é um registo que faz das angústias de um jovem adulto a matéria-prima de canções memoráveis. Além de ser um dos melhores discos do ano de 2022, "Ants From Up There" parece ser um clássico instantâneo, com potencial para ser celebrado daqui a dez anos por milhares de novos ouvintes. Apesar da saída de Isaac Wood, temas como "Chaos Space Marine", "Bread Song" ou "Concorde" merecem ser celebradas, e é isso que vai acontecer no dia 13 de julho de 2023, no Palco 2 do Super Bock Super Rock.