Esta semana dentre as várias estreias de cinema nas salas nacionais o "Cultura e não Só" destaca as seguintes:
Não Sou Nada
Há muitas maneiras de pensar em Fernando Pessoa e nos seus múltiplos heterónimos, mas é preciso chegar Edgar Pêra para os pôr todos a jogar aos matraquilhos uns com os outros. Não só isso, como os põe a todos como amanuenses do seu criador, vestidos de igual, identificados por dísticos nos casacos e trabalhando numa editora que está a preparar o n.º 23 da revista Orpheu.
Projecto de longa gestação, este “néon-noir” literário foi escrito com Luísa Costa Gomes e ancora-se na ideia dos heterónimos para brincar com os códigos do cinema de género e da série B, passados pelo particular sistema de filtros psicotrópicos de Pêra (mesmo que, aqui, muito mais controlados do que lhe é habitual).
Neste universo paralelo construído a partir da obra pessoana, o “verdadeiro” poeta, encarnado pelo actor Miguel Borges, dirige a tal casa editora que é também uma “produtora de conteúdos” assinados pelos seus heterónimos em longas filas de secretárias, com um departamento de cinema gerido por Álvaro de Campos (a Ecce Film, de facto uma ideia de Pessoa que até teve um logótipo).
Para além de Borges a dar vida ao protagonista, o elenco conta ainda com as actuações de Victoria Guerra, Paulo Pires e Albano Jerónimo.
Trolls 3 - Todos Juntos!
Os “trolls” são pequenas criaturas cuja alegria se revela em cantigas, danças e abraços muito apertadinhos. Nesta terceira aventura, a optimista Poppy descobre que o seu namorado Branch foi, durante a infância, membro dos BroZone, uma famosa “boyband” de quem ela é fã desde que se lembra.
Branch, que tem os seus motivos para ter guardado esse segredo durante tantos anos, recorda com angústia o motivo pelo qual ele, Floyd, John, Dory, Spruce e Clay, os seus irmãos mais velhos, deixaram de pertencer à mesma banda e tomaram rumos diferentes.
Mas quando um deles é raptado por uma dupla de vilões mal-intencionados, Branch e os seus irmãos unem-se a Poppy e a alguns amigos próximos para o resgatar. Contudo, para que a missão seja concretizável, vão ter de encontrar algo extraordinariamente raro em qualquer parte do mundo: a harmonia perfeita em família.
Continuando a história iniciada em 2016, um filme de animação cheio de cor e ritmo musical, que dá vida aos famosos “trolls da sorte”, bonecos criados pelo marceneiro dinamarquês Thomas Dam (1909-1986). Desta vez, a realização fica a cargo de Walt Dohrn (responsável pelos dois primeiros filmes) e Tim Heitz.
Na versão original, os actores Anna Kendrick, Justin Timberlake e Zooey Deschanel voltam a emprestar as suas vozes às personagens do primeiro filme; enquanto Daveed Diggs, Eric André, Christopher Mintz-Plasse, Andrew Rannells, Kid Cudi e Amy Schumer se juntam ao elenco. Já na versão dobrada em Portugal, são Sissi Martins, Alexandre Carvalho, Pedro Bargado, João Frizza, Soraia Tavares, Pedro Leitão, Samuel de Albuquerque, Vânia Pereira, FF, Malabá, Mafalda Luís de Castro e Tiago Retrê quem assume essa responsabilidade.
Uma Profissão Séria
As aulas recomeçaram e Pierre, Meriem, Fouad, Sophie, Sandrine, Alix e Sofiane, um grupo de professores muito unido e dedicado à profissão, estão prontos para um novo ano lectivo. Mas, desta vez, vão ter como colega Benjamin, contratado como professor substituto de matemática que, apesar de um currículo imaculado, não tem qualquer experiência na área.
Enfrentando o declínio da escola pública e as dificuldades diárias com que os docentes são confrontados todos os dias, Benjamin vai perceber que, demasiadas vezes, só a força de vontade e sacrifício pessoal poderá fazer alguma diferença na vida dos seus alunos.
Com realização e argumento de Thomas Lilti ("Hippocrates", “Médico de Província”, “Os Caloiros de Medicina”), um filme que avalia o estado do ensino em França. O elenco conta com Vincent Lacoste, Louise Bourgoin, William Lebghil, Lucie Zhang, Adèle Exarchopoulos e François Cluzet.