terça-feira, 24 de outubro de 2023

Noite de duplo concerto com Wim Mertens e Francisco Sassetti no Casino Estoril



O Casino Estoril propõe, no próximo dia 16 de Novembro, a partir 21 horas, um duplo concerto no Salão Preto e Prata. O compositor belga Wim Mertens sobe ao palco para apresentar o seu novo álbum “Voice Of The Living e o compositor português Francisco Sassetti revela os melhores temas do seu álbum de estreia intitulado “Francisco Sassetti - Home”. São dois concertos, a não perder, inseridos na programação da 14ª edição do Misty Fest.

Wim Mertens 
Wim Mertens regressa ao Misty Fest com o seu novo trabalho “Voice Of The Living”, uma homenagem a todas as vítimas da guerra, que nasceu de uma encomenda da Chancelaria do primeiro-ministro belga como parte da comemoração da Grande Guerra (1914 - 18). Para este espectáculo, o músico belga faz-se acompanhar por um instrumento de sopro.

Recorde-se que, Wim Mertens começou a criar música em 1980, depois de trabalhar como musicólogo e produtor de rádio. “For Amusement Only”, o seu primeiro lançamento, é uma gravação de música eletrónica que utilizava exclusivamente o som das máquinas de pinball.

Nestes 40 anos, Wim Mertens desenvolveu uma linguagem musical variada, escrevendo para diferentes conjuntos instrumentais, composições vocais e até peças sinfónicas. Hoje, o seu catálogo de gravações conta com mais de 70 álbuns.

Francisco Sassetti
O compositor e pianista Francisco Sassetti apresenta o seu álbum de estreia em nome próprio com composições de sua autoria, “Francisco Sassetti - Home”. Este trabalho a solo marca uma nova etapa na sua vida, da qual a ligação ao piano já faz parte há 30 anos, mostrando-o também como compositor, abrindo as portas para um lado mais íntimo e secreto da sua personalidade.

“Na realidade", conta o músico, "a maioria dos temas já tem cerca de 10 anos. Depois da morte do meu irmão, em 2012, comecei a compor compulsivamente, quase como se quisesse continuar a obra dele, tão tragicamente deixada a meio. Era uma forma de lamento e, também, um espaço de paz e silêncio. Por outro lado, o exigente trabalho como concertista e professor (na Escola Superior de Música de Lisboa e na Orquestra Metropolitana entre outras instituições) não me deixava muito tempo para terminar as composições, o que, entretanto, consegui”, revela Francisco Sassetti.

De facto, não foi só no seu íntimo que o desaparecimento do seu irmão Bernardo Sassetti deixou um enorme vazio. Esse sentimento de perda ajuda a explicar o lado contemplativo e cinemático das suas peças, muito líricas, que se desenvolvem numa trama que soa quase mágica e que é indubitavelmente plena de emoção. Temas como "Dawn", "Home" ou "Goodbye" deixam transparecer o peso emocional que se enreda nas melodias que nos tocam no lado mais fundo. Triste, mas nunca sombria, introspetiva e nostálgica, esta música também vibra com vida e paixão e afirma o nome de Francisco Sassetti no entusiasmante panorama da cena neo-clássica.