9 meses após o lançamento de Six Lenins, The Proper Ornaments regressam com Mission Bells, um registo sombrio mas edificante que teve origem na tour do início do ano em que novas ideias surgiram em diferentes soundchecks pela Europa fora.
James Hoare, Bobby Syme e Max Oscarnold, os fundadores da banda, recrutaram Nathalie Bruno como baixista para a tour e, em seguida, os quatro membros da banda começaram a gravar no verão no estúdio doméstico de Hoare em Finsbury Park, Londres, usando a mesma 16 track Studer utilizada no disco anterior, mas desta vez eles incorporaram um sequenciador moog e outros instrumentos electrónicos.
Nestas gravações, a atenção meticulosa aos detalhes nunca é utilizada como um fim em si, mas sempre com a música e o som em mente. Tal como cantam em Mission Bells, ecos de Velvets, Swell Maps, Spiritualized e Cluster podem surgir no teu cérebro, mas a verdade é que é difícil identificar influências num álbum que é o quinto na vida desta banda, em que eles se tornaram cada vez mais eles mesmos, não precisando procurar noutros sítios por inspiração.
Esta não é uma banda retro, eles simplesmente gostam de tocar guitarra, uma preferência que começou, pelo menos para James Hoare e Max Oscarnold, quando tinham 9 anos de idade. Quem estiver familiarizado com os seus discos anteriores pode concordar que Mission Bells tem muitos elementos inocentes (drum machines sob músicas simples) do seu primeiro disco, Waiting For The Summer, a melancolia de Foxhole e o seu som pesado, como o baterista Bobby Syme aponta. Mas é a maturidade lírica que é a real conquista neste disco. As palavras podem ser lidas como uma experiência de William Burroughs sobre o que é viver nestes tempos distópicos.
Mission Bells é uma conquista majestosa, um turbilhão musical, em que as suas harmonias levam o ouvinte deitado a um estado sonâmbulo irreversível, preso entre a terra dos sonhos e as horas de vigília. A beleza disso é que não vai querer escapar, mesmo que a porta esteja aberta enquanto a sua vida pós-moderna o espera do lado de fora...