Quase um ano depois do primeiro confinamento, se existe sentimento que nos une, é a semelhança de todos termos perdido algo.
Justamente nascem assim os ZERO “num contexto em que todos nos encontramos fechados, sem poder trabalhar e tocar. Temos ZERO, não temos nada. Foi esse sentimento que nos levou a escolher este nome” partilha-nos Pedro Vaz, mentor deste projecto.
Uma abordagem criativa, às circunstâncias que estamos a viver, fazem do seu primeiro single Gritar um tema com uma interpretação directa com uma letra muito forte. Segundo nos explica Pedro Vaz “a letra do Gritar foi a primeira a surgir e foi feita quando o país fechou pela primeira vez. De repente não pude estar com os meus pais e em especial com a minha Mãe, que já estava doente na altura. Essa sensação de impotência por não poder fazer nada, deixou-me de rastos e foi o tiro departida para a composição das canções que vieram a compôr este EP".
E quanto ao processo de gravação deste primeiro EP? “(eu) compus os temas e gravei as demos no meu estúdio e partilhei com as pessoas que viriam a ser o resto da banda. Marcámos dois ensaios e de seguida, o estúdio. Já há muito tempo que tinha a curiosidade de trabalhar com o João Martins por ser um técnico de rock habituado a gravar este som. Gravámos no Ponto Zurca em Almada e além de termos ficado muito contentes com o resultado do EP ganhámos um amigo!” diz-nos com satisfação Pedro Vaz.
Para além dos temas originais, Pedro Vaz junta uma versão da música Portugal, Portugal de Jorge Palma ao alinhamento deste EP. Confessa-nos que é um dos seus músicos preferidos “(…) acho a sua escrita e composição geniais! O Portugal, Portugal é seguramente uma dessas composições geniais!” Em relação ao tema, afirma que apesar de ter “uma série de anos, continua atualíssima!” Mas qual a razão deste tema em específico? “diz muito do nosso país; diz muito da maneira de ser de muitos portugueses e diz muito dos que vão mandando no nosso país. Por isso faz todo o sentido integrar este EP. Esta versão surgiu num final de dia de gravações e decidimos gravá-la, gostámos imenso e por isso ficou!”, justifica o músico Pedro Vaz.