Exaltar, lamentar, consolar - tudo depende do compositor, da sua história e do seu contexto. No concerto coral-sinfónico Entre Guerras - Das invasões napoleónicas à Primeira Guerra Mundial, apresentam-se três perspetivas distintas sobre o conflito e as suas marcas. Dia 16 de maio, no Teatro Aberto.
Beethoven compõe Wellingtons Sieg após a derrota de Napoleão no País Basco. A obra é expansiva e grandiosa, com canhões, hinos e canções populares, pensada para celebrar a vitória e humilhar o inimigo.
Gounod, em exílio da guerra Franco-Prussiana, compõe um motete coral contido e poético - Gallia - caracterizado pela sua escrita romântica, em que cita as bíblicas Lamentações de Jeremias.
Já durante a Primeira Guerra Mundial, Elgar, com The Spirit of England, trata o tema com sobriedade e compaixão, inspirado por poemas escritos durante a Primeira Guerra Mundial. Uma obra coral para soprano e orquestra, em que a dor está mais presente do que o triunfo.
Antes do concerto, às 17h30, tem lugar a conversa "A propósito de Guerra", integrada no ciclo Travessias, em que a música é um ponto de partida para pensar muito para além dela. Para esta reflexão, estarão presentes Cláudia Pedra, Presidente da Amnistia Internacional Portugal, o musicólogo Luís Santos, e a moderação fica a cargo de Andrea Lupi.