Em Novembro, chega a capital portuguesa o The New Art Fest, um novo festival internacional de new media, post-internet art e internet of things, que explora a inovação cognitiva nas artes contemporâneas, apresentando projetos artísticos realizados por artistas portugueses e estrangeiros que desenvolvem o seu trabalho tendo como ponto de partida a tecnologia e a ciência.
The New Art Fest é o reflexo de uma geração de artistas que parte do contexto do mundo virtual, digital e que vive este mundo de uma forma tão real quanto o mundo “real real”: artistas que criam para as novas infraestruturas de arte, os smartphones e os tablets, que vivem o seu dia-a-dia entre o Instagram e outras plataformas digitais, os seus atuais “museus” ou “espaços expositivos”, e que só pontualmente traduzem para o mundo real o seu trabalho.
De 3 a 10 de Novembro, o festival vai apresentar obras de arte em vários espaços, nomeadamente na zona do Chiado, centro do eixo cultural que vai do Largo do Rato ao Cais do Sodré, com presença em montras de lojas da Chiado, no Museu Nacional da História Natural e da Ciência (MUNHAC), e no Mercado TimeOut, entre outros, irmanando deste modo criativo o conteúdo de cada espaço participante no festival com a intenção, imaginação e criação do artista convidado.
Porém, como o 'twist' tecnológico do The New Art Fest é uma das marcas de água do festival, serão também apresentadas obras no novo mobiliário eletrónico da cidade e nos seus ecrãs de 'smart signage' – vídeo-painéis, Tomis, etc - assim como na Internet e suas redes sociais. Destaca-se neste segmento do festival o lançamento de uma plataforma de Realidade Aumentada denominada Second City. Estreia absoluta!
Serão expostas obras de artistas portugueses, como André Sier, Carlos Noronha Feio, Leonel Moura, Margarida Sardinha e Miguel Palma e de artistas internacionais como Eva and Franco Matte, Lynn Hershman Leeson, Mateusz Herczka, Miza Coplin e John Klima, entre muitos outros. A título de exemplo apresentamos para já a obra Knotwork, da artista Margarida Sardinha, um filme experimental de ilusão óptica com a duração de 22 minutos que se baseia nos nós celtas, chamados Icovellavna, e na teoria matemática dos nós, e que usa movimentos rotativos supersimétricos e mandalas coloridas homeomórficas e geométricas.
Para além da exposição de obras, o The New Art Fest apresenta ainda um concerto de live coding pelos artistas Alexandra Cárdenas e Ryan Kirkbride, na sexta-feira, 4 de novembro, às 21h30 no Estúdio TimeOut (Mercado TimeOut). Com o título Flaneuse, neste concerto performance Alexandra Cárdenas recorre ao ambiente de programação denominado SuperCollider e à linguagem TidalCycles para descrever os padrões da sua música, enquanto que Ryan Kirbride apresenta uma linguagem semi-improvisada de Live Coding, o FoxDot, combinando a manipulação de ‘samples' e sons digitalmente sintetizados.
No último dia, 10 de Novembro, realiza-se, no MUNHAC um Seminário sobre a inovação cognitiva nas artes contemporâneas, com a participação de vários oradores nacionais e internacionais, artistas e empresas de tecnologia.
The New Art Fest pretende tornar-se num dos nós da rede mundial de festivais culturais orientados para a 4ª Revolução Industrial (Indústria 4.0), com especial ênfase na localização estratégica de Lisboa enquanto plataforma europeia de aproximação criativa entre a América, África e o Oriente. O festival nasce e acontece na mesma semana em que chega a Portugal o Web Summit, o maior evento de tecnologia e inovação da Europa, momento crucial para disseminar as artes de base tecnológica e cognitiva em Portugal e potenciar novas sensações e experiências estéticas, e um debate cultural consequente.
The New Art Fest conta com a curadoria de António Cerveira Pinto, e a organização da Ocupart – Arte em espaços improváveis.