Respostas dos Programas Eleitorais a doentes crónicos e pessoas em situação de dependência
Há cerca de 4 meses, um Diretor de Serviços de um grande hospital confidenciava-me que a falta de resposta dos hospitais do Sistema Nacional de Saúde deve-se essencialmente a ocupação de camas por doentes crónicos e pessoas em situação de dependência, consequência do envelhecimento da população, não havendo uma resposta suficiente e adequada das Unidades de Cuidados Continuados e Paliativos.
De facto, o resultado dos Censos Sénior de 2017 publicado pela Guarda Nacional Republicana aponta para cerca de um milhão de idosos em situação de solidão ou isolamento, estimando o Instituto Nacional de Estatística que dentro dos próximos 60 anos quase metade da população portuguesa terá mais de 65 anos.
Tendo o envelhecimento da população reflexos no seu estado de saúde, com destaque para o aumento significativo de doenças crónicas e para um elevado número de pessoas portadoras de múltiplas patologias que exigem uma maior complexidade de cuidados, conforme referido na brochura do SNS “Retrato da Saúde 2018”, esta situação é de facto premente e está refletida quer nos Programas Eleitorais das forças políticas com assento parlamentar, quer em outras candidaturas, como Aliança e Iniciativa Liberal.
Em comum, todas referem o aumento da Rede de Cuidados Continuados e Paliativos de um modo geral, especificando PS, PSD e CDS o alargamento da rede nomeadamente através do recurso ao Sector Social (por ex. Santas Casas da Misericórdia, Instituições Particulares de Solidariedade Social, entre outras).
Quanto a novas tipologias de cuidados continuados, apenas o BE refere o reforço da tipologia dos cuidados continuados de saúde mental, enquanto o CDS defende a atualização dos preços da Rede Nacional de Cuidados Paliativos.
Assim, com exceção do CDS para os cuidados paliativos, em nenhum Programa vi refletido o descongelamento das comparticipações pagas pelo Estado, congeladas desde 2011, não respondendo nenhuma força politica as reivindicações da Associação Nacional dos Cuidados Continuados que tem alertado para o risco de encerramento de um conjunto de Unidades pelo facto dos custos serem superiores as receitas.
Pelo que, além da simples referência ao aumento das camas dos Cuidados Continuados, é necessário que exista uma disponibilização suficiente de recursos financeiros que permita tornar real e com qualidade o aumento apontado nos Programas Eleitorais.
Apresentação Argentina Marques
O meu nome é Argentina Marques, tenho 44 anos e sou Economista.
Atualmente sou Diretora Financeira da Nova SBE e nestes últimos anos especializei a minha atividade profissional na Gestão Orçamental, em entidades como o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social e a Direção Geral do Orçamento.
A paixão pela intervenção pública levou-me a abraçar desde jovem a participação em Órgãos Autárquicos e Associativos, bem como o comentário político na rádio Sesimbra FM e em diversos jornais como o Sesimbrense, Jornal de Sesimbra, Nova Morada e Sesimbra à Quinta.
Nas últimas eleições autárquicas liderei a candidatura de um Movimento Independente de Cidadãos, experiência que considero muito enriquecedora no seio da democracia portuguesa.