quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Super Bock em Stock 2019


Nos dias 22 e 23 de Novembro, a Avenida da Liberdade, em Lisboa, volta a receber um cartaz de luxo. As três confirmações que se seguem, cada uma à sua maneira, são belos exemplos de vozes distintas e singulares: Orville Peck, Marissa Nadler e Jordan Mackampa.

Orville Peck é um dos fenómenos da música indie de 2019, mas ainda pouco se sabe sobre a sua identidade. Este cowboy foragido – uma definição do próprio – prefere que seja a música a brilhar, mantendo assim uma aura de mistério à sua volta. Sabe-se, no entanto, que Orville já viveu em várias cidades e viajou um pouco por todo o mundo graças ao seu passado no punk. Influenciado por Merle Haggard, Willie Nelson, Loretta Lynn ou Dolly Parton, este “cowboy” consegue integrar várias músicas dentro da sua própria linguagem. Percebeu que o country era uma dessas músicas aquando do lançamento do tema “Dead of Night”, em 2017. Nessa altura anunciou uma série de duetos, “Orville and Friends”, com nomes como King Tuff, Jen Calvin, Mesh Way ou Mac DeMarco. Em janeiro deste ano assinou pela Sub Pop e anunciou o lançamento do seu disco de estreia. “Pony” foi antecipado pelos singles “Dead Of Night” e “Turn To Hate”, com vídeos a acompanhar, inspirados em David Lynch. “Pony” já é um dos discos do ano, graças à sua fusão de elementos góticos, com shoegaze, indie rock e a música country dos anos 50 e 60. Nos espetáculos ao vivo apresenta-se com uma máscara, não deixa a pele de cowboy enigmático, mas faz-se notar ainda mais pela sua voz forte e melodramática, criando uma atmosfera tão cinematográfica como no disco. Em Novembro estará em Portugal, no Super Bock em Stock.

Basta ouvir Jordan Mackampa durante alguns segundos para não se ter dúvidas de que se está diante de umas das vozes mais poderosas da atualidade. Criado em Conventry, em Inglaterra, Jordan consegue colocar as suas raízes congolesas ao serviço da música, sem nunca perder uma certa atmosfera britânica. O amor que a sua mãe sentia por vozes clássicas como as de Marvin Gaye, Bill Withers ou Curtis Mayfield acabaria por influenciar o destino do jovem, desde sempre dedicado à música, cantando em todas as ocasiões e em toda a parte. Em 2016, editou o seu primeiro EP, “Physics”, uma coleção de canções sobre saudade e perda, temperadas com blues, folk e, claro, muita soul. Os temas envolventes desse primeiro EP tiveram seguimento em “Tales from the Broken”, um outro EP editado em 2017, mais sombrio e maduro. Ao longo destes últimos anos, Jordan tem recebido elogios de publicações como NME, Wonderland, Clash, Mahogany e The Line of Best Fit, alcançou mais de 30 milhões de audições nas plataformas de streaming e atuou para milhares de pessoas. Podemos esperar músicas novas muito em breve e também um concerto imperdível, na primeira visita do cantor a Portugal, no Super Bock em Stock.

Criada numa pequena cidade em Massachusetts, nos EUA, Marissa Nadler começou por se apaixonar pela pintura. A música chegaria um pouco mais tarde, mas ainda a tempo de disputar o coração de Marissa. Começou a escrever as primeiras canções e lançou-se ao desafio do estúdio, com a edição do primeiro disco em 2004: “Ballads of Living and Dying”. O segundo disco, “The Saga of Mayflower May”, foi editado logo um ano depois. Eram registos despidos de produção, num formato acústico e reduzido ao essencial. A cada um, Marissa parecia acrescentar mais um pouco à sua arte e em “Songs III: Bird on the Water”, o seu terceiro disco, já podemos ouvir alguns outros elementos, como sintetizadores, harpa e uma série de novos instrumentos. O som de Marissa Nadler cresceu definitivamente em “Little Hells”, um disco editado em 2009 e com mais rock do que nos discos anteriores. Quando se fala em crescimento, no caso de Marissa, não se está a falar de aparato desnecessário, mas da utilização de certos recursos que estão sempre ao serviço daquilo que é mais importante: as canções. A cantautora norte-americana manteve o foco e continuou a editar: “Marissa Nadler” (2011), “July” (2014), “Strangers” (2016) e “For My Crimes” (2018) serviram para consolidar Marissa como uma das artistas mais interessantes da cena indie norte-americana, dona de uma linguagem própria, onde há folk, dream pop e uma série de outras influências. Este último trabalho, “For My Crimes”, medita sobre a dificuldade de levar uma relação a bom porto, mesmo quando o amor está lá. A voz e a escrita de Marissa estão no ponto, e os portugueses têm a sorte de poder vê-la ao vivo, já no próximo Super Bock em Stock.



O bilhete único válido para os dois dias do Festival encontra-se já à venda nos locais habituais, pelo preço de 45€, passando para 50€ nos dias do Festival.