sexta-feira, 25 de outubro de 2019

«A Escrita da História»: nova edição do livro do historiador José Mattoso


Ao longo dos anos, José Mattoso partilhou o seu saber, para «libertar uma voz» que o ultrapassava, para se juntar «à sinfonia da História». Os textos reunidos nesta nova edição do livro A Escrita da História, que chegará às livrarias na sexta-feira, dia 25 de outubro, desenvolvem temas como a construção crítica do texto historiográfico, a contemplação, a geografia histórica, a iluminura, o milenarismo ou o ensino da História.

«Quando me decidi a reunir o conjunto de conferências que aqui publico, não pude reprimir um certo sentimento de surpresa pela dimensão que estes textos teóricos e metodológicos rapidamente alcançaram. É verdade que sempre me interessaram os problemas do método. Mas os da teoria nunca deixaram de me incomodar e de suscitar em mim uma sensação de insegurança. Eis-me agora, inesperadamente, a ousar abordá-los para responder a solicitações concretas de instituições, de grupos ou de amigos. Faço-o com a sensação de me aventurar involuntariamente por caminhos alheios, de ceder a quem me pede para refletir sobre o que escrevo, apesar da minha aversão às teorias, e bem consciente dos riscos de me deixar enganar por uma certa falta de referências filosóficas suficientemente seguras.»

É preciso aprender História, porque «a ignorância ou o desprezo do passado correspondem a uma tentativa absurda ou perigosa de querer negar o real. Exprimem um olhar curto, obtuso, grosseiro, sobre a vida.»

Sobre o Autor

José Mattoso, nascido em 1933. Historiador especializado na história das ordens religiosas e da aristocracia nos séculos X a XIII. Autor da obra Identificação de um país (1985), e de várias coletâneas de estudos medievais, entre as quais A nobreza medieval portuguesa (1982), O reino dos mortos na Idade Média (1996), Naquele tempo (2009) e ainda D. Afonso Henriques (2006). Estes e outros estudos foram reunidos nas suas Obras Completas, editadas pelo Círculo de Leitores em 2001-2002. Dirigiu várias obras coletivas (História de Portugal, 1993-1994; História da vida privada em Portugal, 2010-2011; Património de origem portuguesa no mundo, 2010). Recebeu o Prémio Alfredo Pimenta em 1985 e o Prémio Pessoa em 1987. Foi diretor da Torre do Tombo entre 1996 e 1998. Entre 2000 e 2005 colaborou com o Arquivo Mário Soares na recuperação dos arquivos de Timor-Leste, o que lhe permitiu escrever o livro A Dignidade. Konis Santana e a resistência timorense (2005). Em 2012, publicou Levantar o Céu – Os labirintos da sabedoria. Foi distinguido com o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes em 2019.